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Deus e a Reforma Protestante

Deus e a Reforma Protestante

Deus e a Reforma Protestante

Lutero não é o criador da Reforma espiritual, na verdade, coube a ele ser o protagonista principal, todavia, antes dele, homens como Wycliffe e João Huss já vinham buscando semear a mensagem divina da Reforma, buscando levar a todos a um viver santo e correto segundo a Palavra de Deus.
O que se depreende do século XVI, é que a Igreja, segundo os moldes de Atos 2.42, não existia mais em sua totalidade, ela deixou de ser simples, santa e avivada, na verdade, seu crescimento foi maravilhoso, mas isso se deu apenas em questões numerológicas e físicas, mas na qualidade não, pois muitos sacerdotes eram corruptos, e as verdades divinas em sua essência foram postas de lado.
Os que apreciam o contexto histórico desse acontecimento podem de antemão logo entender que a reforma que vinha sendo proposta por outros, não era algo pautado em um sentimento de busca pelo poder, posição, aumento de renda financeira, ou querer abrir uma igreja simplesmente por abrir, como muitos fazem hoje. O propósito da reformar era conduzir a igreja de volta ao seu verdadeiro perfil como rebanho do Senhor.
O que fica bem patente é que esses reformadores não buscavam posição, reconhecimento ou aplausos para suas vidas, isso porque eles eram conscientes que estavam colocando suas cabeças à guilhotina, pois o que escreviam ou diziam, pretendendo um retorno aos princípios bíblicos, iriam pagar com suas vidas, como aconteceu com João Huss e Wycliffe.
A determinação e a fé dos predecessores da reforma eram como uma semente lançada ao chão, pois quando o sangue deles era derramado, logo então aparecia outro homem usado por Deus para dar continuidade ao projeto que iria esbarrar em Lutero.
Atentando para o contexto bíblico, Deus sempre tem homens para usar na sua obra no momento certo. Ainda que Elias tente se esconder na caverna, já tem um Eliseu preparado, sendo formado pelo Senhor para levar avante o seu trabalho (Rs 19.17-19).
Nenhum pastor ou qualquer obreiro deve arrogar-se pensando que é insubstituível, pois na obra de Deus quem prepara é o Senhor, Ele sabe quem é o melhor e mais capacitado para desenvolvê-lo em tempos de crises, por isso o mais importante é orarmos, e não nos preocuparmos, pois a obra é Dele e, no momento certo, quando sair o Moisés, Ele já preparou o Josué (Nm 27.18-22).
É importante ressaltarmos aqui que o Senhor já vinha trabalhando por meio dos seus servos, os quais disseminavam os ideais divinos de como deveria ser a verdadeira igreja do Senhor Jesus (Ef 5.26.27), mas não bastaria apenas as palavras ditas dos pré reformadores, por isso, acredito que o Senhor fez com que o Renascimento surgisse.
Exaltando a natureza humana, esse movimento que se iniciou no século XIV, vai exercer sua grande influência no termino do século XV, isso porque se dará muito valor à capacidade do homem, isso incluía as atividades como também a parte pensante.
Era preciso grandes transformações e novas conquistas para que uma nova mentalidade no mundo aparecesse, isso porque antes tudo orbitava em torno da igreja católica. Nesse tempo foi que Cristóvão Colombo descobriu a América, o Brasil foi descoberto por Pedro Álvares Cabral, foi determinado o tamanho da terra, realizou-se a descoberta do sistema solar por meio de Copérnico, deu-se surgimento a imprensa por meio de Gutenberg, sendo que o primeiro livro a ser impresso foi a Bíblia.
Esse movimento renascentista fez com que novas atividades e conquistas surgissem, não somente isso, a mente humana não estaria mais presa a uma ditadura mental e medíocre imposta pela igreja, antes se desenvolveria mais e mais para um avanço por meio de novas ideias. Jesse Lyman Hurlbut, falando desse momento, diz:
[…] Sem dúvida, o notável movimento conhecido como Renascença, ou despertar da Europa para um novo interesse pela literatura, pelas artes e pela a ciência, isto é, a transformação dos métodos e propósitos medievais em objetivos e métodos de pensamentos. Durante a Idade Média, o interesse dos estudiosos já havia sido orientado para a verdade religiosa, com a filosofia relacionada com a religião. Os principais pensadores e escritores, confirme vimos, eram homens pertencentes à Igreja. Contudo, no período da renascença, surgiu um novo interesse pela literatura clássica, pelo grego e pelo latim, pelas artes, de forma inteiramente separada da religião. (2007, pág. 178).
Quando acima falei que esse movimento foi também uma ação divina, é porque as ideias de Lutero serão disseminadas através da imprensa, ademais, todos iriam ver que a igreja católica não era a detentora absoluta da voz da verdade em todos os assuntos, como se propunha a ser. O movimento renascentista foi esmagador para a igreja católica.
Historicamente, podemos dizer que foram as mais diversas causas que fizeram com que a reforma protestante tomasse um vulto gigantesco, novamente volto a dizer que nisso tudo Deus estava trabalhando, pois em momento algum Ele fica fora da história.
Não se pode duvidar em momento algum que durante os duzentos anos da história do acontecimento da reforma, tudo o que surgiu e aconteceu estava sendo dirigido por Deus. O que se começou na Alemanha não demorou para que se espalhasse pela Europa toda, o que fez com que muitas igrejas surgissem, as quais não estavam mais debaixo do poder papal.
Sabemos que a causa principal da reforma, para os homens de Deus, na verdade era a questão bíblica, espiritual, devido a decadência da igreja, mas para que esse movimento fosse levado avante, muitas coisas aconteceram, as quais de certo modo contribuíram para a reforma, como exemplo bem claro foi o Renascimento, que já mencionamos acima.
Alguém poderá perguntar: pastor, como é que Deus poderia ter se valido de um movimento renascentista, que surgiu na Itália, sendo encabeçado por leigos, céticos, pessoas não religiosas? Podemos responder essa pergunta usando a própria Bíblia, pois sabemos que Deus usou Nabucodonosor e Ciro (Is 45.1-3), dentre outros, para realização dos seus intentos divinos, e esses homens não eram crentes, mas eles seriam usados como instrumentos divinos para fazer com que o povo de Deus voltasse ao caminho certo.
É bom lembrar que, no período do renascimento, não somente o povo estava sem compromisso com Deus, mas muitos sacerdotes serviam a Deus só de aparência, se destacavam não por sua comunhão com Deus, mas somente pela sua cultura, inteligência conhecimento.
Com a chegada do Renascimento, frente a novas descobertas, pode-se notar que nas montanhas da Alemanha, parte norte, incluindo também a Inglaterra e França, havia pessoas que detinham um sentimento religioso, de modo que o Renascimento não foi impedimento para a fé, mas sim um crescimento a ela, posto que muitos se dedicaram ao interesse pela literatura bíblica, incluindo as línguas das Escrituras Sagradas: Hebraico, Grego.
As análises das Escrituras não seriam feitas seguindo as imposições de Roma, seus dogmas, mas de modo livre, pelo poder da razão. Eles começaram a analisar as bases da fé, o que fez com que o Renascimento aluísse com a estrutura da igreja católica.
Já dissemos anteriormente que, com a chegada da impressa, por meio de Gutenberg (1456), ficou mais fácil a disseminação das ideias dos reformadores, ademais, os livros que eram feitos à mão custavam um valor exorbitante, por exemplo, uma Bíblia, no período Medieval correspondia a um ano todo do salário de um trabalhador.
Renascimento, avanço da mente, novas descobertas, o surgimento da imprensa, tudo isso e muito mais favoreceu grandemente a reforma, mas ainda podemos destacar outro ponto forte, o qual é denominado de nacionalismo. Foi nesse período de transformação que o movimento nacionalismo teve grande avanço na Europa.
O movimento nacionalista era popular não tinha sua visão voltada para os imperadores, na verdade reagia fortemente contra a presença e dominação de estrangeiros dominando as igrejas locais, nacionais. Esse espírito nacionalista foi muito forte, fazendo com que não fossem aceitas nomeações de bispos determinadas pelo Papa, o qual vivia bem distante.
Por meio da imprensa as Bíblias eram produzidas e tinha uma grande circulação, havia um desejo muito forte das pessoas terem a Bíblia. Portanto, crê-se que a razão dela ser o primeiro livro impresso provava esse fato. Com a Bíblia sendo espalhada pela Europa em diversos idiomas, muitos puderam concluir que o posicionamento e ensino da igreja romana não condizia com as verdades bíblicas. Este foi o legado da Reforma Protestante.
Pr. Osiel Gomes

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