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Maranhão como solução na crise climática

Artigo de José Reinaldo Tavares

O maior desafio que a humanidade precisa enfrentar para continuar progredindo foi produzido pelo homem ao criar novas tecnologias que geraram um nível de riqueza sem precedentes,
um nível de vida altíssimo, baseado em um consumo extremo de recursos naturais, principalmente de energia fosseis. A energia se tornou imprescindível à vida moderna, toda a vida moderna consome grandes quantidades de energia, a vida moderna precisa de muita energia. Hoje sabemos que o consumo de energia gera 70% dos gases de efeito estufa que estão aquecendo o planeta e causando calamidades climáticas. Essas emissões criaram uma espessa camada na atmosfera que impede que os gases quentes emitidos na terra se dissipem no espaço profundo, e está causando aquecimento da atmosfera o que poderá ter efeitos catastróficos sobre o planeta e a humanidade.

Quando isso ficou evidente provocou uma corrida para diminuir e conter as emissões o que está em curso em praticamente todo o mundo. Mas, essa mudança não se dará do dia para a noite, na verdade esse é um dos maiores desafios que a humanidade já enfrentou. Mas, na verdade, vencer esse tremendo desafio não
basta e nem vai resolver sozinho o imenso problema do aquecimento do planeta. Apenas o atrasaria, pois as
consequências da desenfreada acumulação de gases de efeito estufa criou essa espessa camada que ainda estaria lá, praticamente intocada. E a temperatura continuaria a subir e a causar calamidades climáticas, cada vez mais violentas.

E como enfrentar esse terrível desafio? A única resposta possível é a captura dos gases que fizeram essa camada ficar tão espessa e intransponível. É isso mesmo, precisamos diminuir e abrir passagens nessa camada espessa formada pelos gases depositados lá em centenas de anos, para permitir que os gases emitidos possam sair para o espaço profundo o que baixaria a temperatura na atmosfera e resolveria o problema. Mas, por paradoxal que pareça, nós devemos ser gratos pelo efeito estufa; sem ele o planeta seria frio demais para nós. O problema é que todo esse volume extra de emissões está potencializando esse fenômeno em um nível excessivo.

Assim, temos que diminuir drasticamente nossas emissões. Mas temos que capturar o excesso de dióxido de carbono que causou tudo isso. Portanto o desafio é tremendo e temos pouco tempo.

O que permitiu ao homem causar tudo isso foi a tecnologia que foi desenvolvida e permitiu um nível de vida e segurança nunca alcançado antes. A tecnologia nos levou a essa situação e só a tecnologia pode nos tirar desse aperto. Temos que capturar o carbono e outros gases desmanchando grande parte dessa camada. Mas o problema não é simples e embora muitas empresas e universidades em todo o mundo se dediquem a esse
objetivo, ainda não estamos preparados para isso. O maior avanço é na emissão localizada como faz a Petrobras e outras empresas que emitem na sua atividade grandes quantidades, na sua produção, gases de efeito estufa e os capturam antes de irem para o ar. Mas e o que já está lá formando a camada é muito mais difícil, mas, sem essa tecnologia não evitaremos as calamidades.

Assim para que o mundo continue habitável é preciso que essas duas vertentes progridam juntas, a de capturar os gases de efeito estufa e a de desenvolver energias que não emitam esses gases. Pois precisamos diminuir essa camada e abrir espaços cada vez maiores para o mundo respirar e ao mesmo tempo diminuir as emissões que acabariam por atrapalhar a captura de carbono.

Nós, no governo, estamos fazendo as duas coisas. Já nos reunimos com a Academia e outros órgãos do governo para discutir esses assuntos com a participação de nossas universidades nos estudos que já estão em andamento nas grandes universidades brasileiras. Precisamos participar para entender bem o processo. Em outra vertente precisamos descarbonizar vastos setores industriais que emitam muito carbono em seus processos, como a indústria siderúrgica baseada na queima de carvão mineral em seus alto fornos, na indústria de cimento e outros. Não estamos olhando para indústrias locais pois poucas usam o carvão mineral, mas atrair siderúrgicas, por exemplo, da Europa, pois 70% delas são sujas e aqui poderemos descarbonizá-las tornando-as produtoras de aço verde, o que seria feito com fornos elétricos abastecidos com hidrogênio verde. Esses estudos ainda não conclusivos estão em andamento na SEDEPE.

Isso atrairia um grande número de empresas que aqui fariam investimentos e gerariam milhares de empregos. Afinal por aqui a Vale exporta seu minério e temos portos de grande calado onde grandes navios podem transportar o produto acabado ou semiacabado a custos bem menores. A vale hoje não depende para ser lucrativa de Minas Gerais e do Espirito Santos, mas sim do Maranhão e o Pará que permitiram a ela se tornar
extremamente lucrativa.

E nós além disso somos imbatíveis na geração de Hidrogênio verde (a energia do futuro) e Amônia verde. Ou seja a energia que pode ser consumida a vontade porque não emite dióxido de carbono e nem outro gás de efeito estufa. E temos água, um grande diferencial.

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