
Na sexta-feira passada (21), fui ao programa de Juraci Filho, Abrindo o Verbo, na rádio Mirante AM. Conheço o Juraci de longas datas, é um excelente entrevistador. Pois bem, já no final do programa, ele perguntou em quem eu iria votar para presidente. Eu disse que pertencia a um grupo políticos liderado pelo governador Carlos Brandão e que o nosso candidato é o Lula, que nos havia apoiado na eleição para governador e ganhamos em primeiro turno. O apoio do ex-presidente Lula foi decisivo na eleição.
Eu já havia falado de alguns projetos que estamos fazendo, projetos importantíssimos para o desenvolvimento do estado, para atrair investimentos e criar emprego, melhorar a renda e dar oportunidades a todos. Portanto, são importantíssimos para nós e precisamos do apoio do presidente para realizá-los.
Do apoio do Lula as esses projetos não temos nenhuma dúvida. Já o atual presidente, além de não termos acesso nenhum, ele nunca recebeu governador nenhum para tratar de projetos de desenvolvimento. Com ele não teremos chances.
E aí o Juraci, como todo bom jornalista, provocou, perguntando: “mas, me explica essa história: você vai votar no Lula, mas votou a favor do Impeachment da Dilma e vota no Lula?”. Eu respondi: Lula é Lula, Dilma é Dilma. Lula saiu do governo com quase 80% de apoio, um recorde. E eu tive um problema sério com Dilma. Tínhamos uma boa relação e eu, inclusive, dei a sugestão que fizesse o Luz para Todos, que ela topou de imediato e foi um sucesso. No dia do lançamento no Palácio do Planalto, eu fui o orador em nome dos governadores. Na eleição estadual de 2006, Vidigal era também candidato e a convidou para um almoço na casa dele, em Brasília, em que
também fui convidado. Era um almoço a três. E o único propósito era pedir a ela que não deixasse Vidigal ser perseguido. Apoio não era, pois ela seguiria Lula, apoiando Roseana. E houve então uma armação, certamente fruto de escutas clandestinas de telefones, grampos ilegais. E postaram um pseudo jornalista na saída da casa de Vidigal, que só apareceu quando ela se aproximou do carro. Eu já havia saído e ele fez uma única pergunta: “a senhora veio apoiar Vidigal para governador do Maranhão?” “Quem lhe disse isso?”, ela respondeu. “O governador José Reinaldo”, disse o sujeito. Ela ficou uma fera comigo, achando que eu havia traído a confiança dela, mas temia principalmente o efeito que uma notícia dessa podia causar junto a Lula. Quando soube, tentei falar com ela. Mas Dilma nunca mais falou comigo. Uma fake news que surtiu efeito.
Quando ela foi candidata a presidente, pela primeira vez, o Eduardo Campos, presidente do PSB (partido onde eu estava filiado a pedido dele) resolveu apoiá-la – fato que fez ele se arrepender depois e o levou a ser candidato a presidente contra Dilma, quatro anos mais tarde. Nessa ocasião, eu a vi sozinha, em um salão do Hotel Nacional de Brasília, onde foi o encontro. Eu me aproximei, achando que ela precisava de apoio e eu poderia ter chance de
explicar o que ocorreu. Ela, quando percebeu que eu me aproximei, simplesmente disse com raiva: “nem tente, nem tente!” Fui eleito deputado federal quando ela era presidente e a animosidade não cessou. Um deputado precisa ter acesso ao presidente para tentar conseguir apoio para seus projetos e eu não tinha vez com ela. Veio o Impeachment e votei pela saída dela. O governador Flávio Dino queria, de todas as maneiras, que eu votasse pela permanência dela. Mas já irreversível e por isso perdi o apoio dele para o Senado. Mas nunca me arrependi.
Juraci, como muitos, não sabia disso e, assim, achou que eu estava certo. Lula é Lula e Dilma é Dilma.
O Maranhão precisa do Lula.