fbpx
NacionalPolítica

Lula acirra discurso e tenta associar direita a ameaças à democracia, em fala marcada por generalizações e polarização

Durante discurso no 16º Congresso Nacional do PSB, neste sábado (1º), em Brasília, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a apostar em uma retórica de confronto político, ao sugerir que parlamentares de direita representam uma ameaça à democracia, ao Supremo Tribunal Federal (STF) e às instituições do país — acusações que carecem de provas e reforçam a polarização ideológica que divide o Brasil.

Em tom alarmista, Lula pediu a eleição de senadores alinhados à esquerda em 2026, alegando que uma possível maioria conservadora no Senado levaria à “avacalhação” do STF. A fala gerou reações entre críticos que apontam para uma tentativa de criar um clima de medo e desinformação, ao rotular opositores como inimigos da democracia.

“Precisamos ganhar maioria no Senado, senão esses caras vão avacalhar a Suprema Corte”, disse Lula, sem apresentar qualquer evidência concreta de ameaça institucional por parte de políticos de direita.

A afirmação ignora o papel constitucional do Senado, que inclui, sim, a prerrogativa de julgar ministros do STF — o que está previsto legalmente, sendo parte do sistema de freios e contrapesos. Tratar essa prerrogativa como “bagunça” ou “muvuca” revela um desrespeito à própria estrutura democrática que o presidente diz defender.

Ao longo de seu discurso, Lula evitou citar nomes, mas direcionou suas críticas à base bolsonarista, sugerindo que adversários políticos estariam conspirando contra a estabilidade institucional — um discurso que soa mais como estratégia eleitoral do que como alerta baseado em fatos.

Além disso, Lula atacou os Estados Unidos por críticas à atuação do ministro Alexandre de Moraes em relação a bolsonaristas que vivem no exterior. Sem citar diretamente, referiu-se ao caso de Allan dos Santos, que vive nos EUA e é alvo de ordem de prisão no Brasil. O presidente cobrou “reciprocidade” dos EUA, reclamando que nunca criticou a Justiça americana, mas esqueceu de considerar os princípios jurídicos internacionais que limitam ações unilaterais em países soberanos.

“Os Estados Unidos querem processar o Moraes porque ele quer prender um cara que está nos Estados Unidos fazendo coisa contra o Brasil o dia inteiro”, disse, em referência indireta a Allan dos Santos.

Para críticos, o presidente tem adotado uma narrativa perigosa ao insistir em associar toda a direita a ações antidemocráticas, ignorando que a divergência de ideias e a alternância de poder são elementos legítimos em qualquer democracia.

Ao final do discurso, Lula voltou a apelar pelo engajamento eleitoral da esquerda:

“Se esses caras elegerem a maioria de senadores, eles vão fazer uma muvuca nesse país.”

A declaração, considerada por muitos como ofensiva e antidemocrática, reforça a visão de que Lula busca deslegitimar previamente uma possível vitória eleitoral de seus adversários, acusando-os de ameaças institucionais sem apresentar fatos concretos.

Em um momento em que o país precisa de diálogo, equilíbrio e respeito às instituições por todos os lados, o presidente parece optar pelo caminho da divisão — algo que fragiliza, em vez de fortalecer, a própria democracia que diz proteger.

Mostrar mais

Deixe um comentário

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo