
Apesar dos discursos de pacificação por parte dos vereadores no início do ano, a relação entre a Câmara Municipal de São Luís e o prefeito Eduardo Braide segue em rota de colisão. Desde a legislatura passada, os embates entre os dois poderes têm sido constantes, e mesmo com a nova configuração da Casa, o cenário de confronto persiste, evidenciando a falta de harmonia entre o chefe do Executivo e os parlamentares.
Nos primeiros dois dias de funcionamento das sessões, os vereadores já enfrentaram pautas polêmicas, como a votação do orçamento municipal. Apesar da aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA), que prevê mais de R$ 5 bilhões para a cidade, os parlamentares impuseram mudanças estratégicas na regra de créditos suplementares, alinhando a LOA às normas federais e ampliando o controle da Câmara sobre a execução orçamentária.

A medida gerou forte reação do prefeito Eduardo Braide, que foi às redes sociais para criticar os vereadores e anunciou que recorrerá à Justiça para tentar reverter a decisão do Legislativo. A declaração do gestor municipal provocou revolta na maioria dos parlamentares, que responderam com retaliações diretas. Durante a sessão desta quarta-feira (5), os vereadores votaram pela derrubada de vetos impostos por Braide e, em um movimento simbólico e estratégico, aprovaram o aumento do salário do próprio prefeito. Com isso, os proventos de Braide foram elevados de R$ 25 mil para R$ 38 mil.
A derrubada dos vetos também beneficiou diretamente categorias como auditores e controladores do município, fortalecendo ainda mais a posição dos vereadores contra o Executivo. O clima de hostilidade deixa claro que, apesar de discursos conciliatórios, nem o prefeito nem os parlamentares estão dispostos a ceder.

Até o momento, Braide tem saído enfraquecido desse embate. Todas as pautas que poderiam favorecer o Executivo foram barradas pela Câmara, que tem utilizado o regimento interno como escudo para conter o avanço do prefeito. O cenário indica que a disputa está longe de chegar ao fim e que os conflitos entre os poderes continuarão a marcar a política municipal de São Luís.