A pré-candidatura da senadora Eliziane Gama (PSD-MA) à presidência do Senado Federal levanta sérias questões sobre sua viabilidade e o apoio que realmente possui dentro do seu próprio partido. A decisão de se lançar na disputa sem a anuência formal do PSD, que conta com a maior bancada da Casa, demonstra uma ambição política que pode ser considerada imprudente.
Ela enfrentará Davi Alcolumbre (União-AP), que já possui o respaldo consolidado de seu partido e de outras siglas, como PL, PP, PSB e PDT. A tendência é que o PSD, que Gama representa, acabe apoiando Alcolumbre, que é visto como o preferido pelo atual presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Essa situação evidencia a fragilidade da candidatura de Gama, que, mesmo após esforços de articulação, parece carecer de um suporte político sólido.
Além disso, a estratégia de angariar apoio em estados, ao lado da senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), pode ser vista como uma tentativa de criar uma base que, até o momento, não se concretizou de forma significativa. As reuniões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também não garantem um apoio substancial, considerando as alianças já formadas em torno de Alcolumbre.
O histórico político da senadora, que inclui tanto a relatoria da CPI dos atos de 8 de janeiro quanto uma proximidade com grupos evangélicos, não parece ser suficiente para construir uma candidatura competitiva em um cenário em que o apoio partidário é crucial. Sua trajetória política, que inclui tentativas anteriores de cargos eletivos, não garante, por si só, a força necessária para essa nova empreitada.
Diante desse panorama, a pré-candidatura de Eliziane Gama pode ser vista como uma facassada, uma vez que sua coragem não se traduz em uma estratégia política coerente e embasada. O cenário atual aponta para uma luta desigual, e a falta de um verdadeiro cartão de visitas político pode levar a um resultado desfavorável para a senadora.
