
Em 2022, Eliziane direcionou R$ 16.319.682,00 para diversos municípios maranhenses. O maior beneficiado foi São Bernardo, que recebeu R$ 6 milhões, seguido de Riachão e São João dos Patos, com repasses de R$ 1,5 milhão cada. Contudo, essa distribuição não é apenas uma questão de auxílio a cidades necessitadas, mas uma estratégia claramente calculada para garantir apoio político em locais chave para as futuras disputas eleitorais. As emendas, curiosamente, coincidem com períodos próximos às eleições, suscitando a dúvida de que estariam sendo usadas como moeda de troca eleitoral.
Já em 2023, a senadora fez um movimento ainda mais ousado, com um total de R$ 29.514.413,00 em emendas, sendo Parnarama o município mais beneficiado, com R$ 5 milhões. O que se percebe, além dos valores expressivos, é uma clara estratégia de fortalecer sua base política, especialmente em cidades com forte potencial eleitoral. Barão de Grajaú (R$ 3 milhões), Magalhães de Almeida (R$ 2 milhões), e Santa Quitéria (R$ 2 milhões) estão entre os contemplados, deixando no ar a impressão de que as emendas estão mais a serviço da política pessoal de Eliziane do que de um projeto de desenvolvimento para a população.
A questão que se impõe, no entanto, é que Eliziane Gama não é apenas uma política que utiliza emendas Pix para garantir seu poder. Ela também é amplamente conhecida por uma prática controversa: não honrar seus compromissos políticos, especialmente com o segmento evangélico, que sempre foi fundamental para suas campanhas vitoriosas. Ao longo dos anos, a senadora se aproveitou da forte base evangélica no Maranhão para se eleger, mas, após conquistar o cargo, negligenciou promessas feitas a esse público, o que gerou um desgaste considerável em sua relação com líderes religiosos e fiéis que a viabilizaram eleitoralmente.
Esse abandono de compromissos tem sido uma constante nas críticas que surgem contra ela, principalmente quando se observa a falta de políticas públicas voltadas ao segmento, que representa uma fatia significativa do eleitorado maranhense. Ao priorizar emendas para cidades que podem garantir apoio nas urnas, Eliziane parece estar mais preocupada com sua reeleição do que em cumprir os acordos que a fizeram chegar ao Senado.
A distribuição das emendas em 2022: São Bernardo: R$ 3.000.000;São Bernardo: R$ 3.000.000; Riachão: R$ 1.500.000; São João dos Patos: R$ 1.500.000;Fortuna: R$ 1.500.000; Primeira Cruz: R$ 800.000; Primeira Cruz: R$ 519.682. Total em 2022: R$ 16.319.682
A distribuição das emendas em 2023: Parnarama: R$ 5.000.000; Barão de Grajaú: R$ 3.000.000; São Bernardo: R$ 2.649.358; Magalhães de Almeida: R$ 2.073.771; Santa Quitéria do Maranhão: R$ 2.000.000; Afonso Cunha: R$ 2.000.000; São Luís: R$ 1.200.000; Lago do Mato: R$ 1.100.000; Duque Bacelar: R$ 1.100.000; São José de Ribamar: R$ 1.000.000
Fortaleza dos Nogueiras: R$ 545.000; Bacabal: R$ 500.000. Total em 2023: R$ 29.514.413. Total geral (2022 + 2023): R$ 45.834.095
Emendas como essas, sem uma devida fiscalização, alimentam a desconfiança da população. Elas não apenas geram um ciclo vicioso de troca de favores políticos, mas também levantam sérias dúvidas sobre o compromisso da senadora com os interesses reais da população maranhense. A questão é simples: Eliziane Gama está governando para o Maranhão ou para o próprio bolso político?
Enquanto se destina milhões para cidades que podem garantir mais votos, o povo, especialmente os segmentos que contribuíram decisivamente para sua ascensão, fica à mercê de promessas não cumpridas. O que fica claro é que, por trás dessas transferências milionárias, há muito mais jogo político do que verdadeira vontade de transformar a realidade do estado. Em tempos de polarização e desconfiança, fica a pergunta: até quando o Maranhão vai tolerar esse tipo de prática?