
Há poucos dias atrás acompanhei o governador Brandão em uma entrevista com o vice-Presidente e Ministro de Desenvolvimento da Industria e Comércio, Geraldo Alkmin velho amigo de longas datas. Alckmin é muito competente, experiente, muito informado, teria sido um grande presidente se tivesse sido eleito quando concorreu. Ninguém consegue ser 4 vezes governador de São Paulo sem grandes qualidades.
O assunto foi centrado na aprovação de nossa ZPE, que depende de decisão do seu ministério. Depois disso ficamos conversando um pouco e em um momento ele se queixou do “custo Brasil” que tornava o país muito caro, penalizando empresários e o próprio país. Eu então disse a ele que o Brasil havia avançado quando adotou o regime de autorizações para a construção de ferrovias, mas, o programa é incompleto porque não cuidou do
financiamento desses projetos. E o resultado é pequeno, grandes ferrovias nesse sistema só teve êxito com a ferrovia do Maranhão, a EF-317 cujo projeto ele conhecia desde a nossa última conversa no início do atual governo. Eu falei que como a construção de ferrovias leva alguns anos, e os projetos exigem grandes investimentos, sem financiamento é muito difícil para qualquer empresário aguentar, anos só gastando, nas obras, tanto dinheiro sem financiamento. E isso atrasa as obras e os benefícios demoram a chegar. Hoje com satélites e todo o tipo de informação a fase de projetar uma ferrovia já não demora muito tempo como era no passado. E eu disse que o Gabriel Galípolo, então cotado para a presidência do BNDES, hoje no Banco Central, em entrevista publicada pelo jornal O Globo do dia 1/nov/2022 ele defendeu a criação de garantias soberanas
para investimentos privados em infraestrutura. As garantias soberanas defendidas por Galipolo permitem que o Banco atue com garantidor do setor privado na tomada de empréstimos no exterior. Dessa forma amplia-se o investimento com menor comprometimento do balanço do banco e orçamento público. Que pode se voltar apara o apoio às micro e pequenas empresas, além de temas como inovação e transição ecológica.
As vantagens seriam imensas se posta em prática a ideia do brilhante economista. As empresas teriam acesso a credito internacional abundante e barato, e com o aval soberano do BNDES os empreendimentos que tivessem grande taxa de retorno e fossem importantes para baixar o custo Brasil, a critério do Ministério dos Transportes, poderiam ser apoiados pelo BNDES e assim modernizar o país, modernizando a sua infraestrutura. Todos ganhariam.
Mesmo sem ter perguntado ouso acreditar que uma ideia como essa teria apoio do Vice-Presidente.
Um projeto que possui autorização para construção da ferrovia EF-232, ligando Estreito a Balsas, poderia continuar até Paulistana, no Piauí, onde existem grandes jazidas de minério de ferro, que poderiam assim, finalmente ser explorada, se houvesse financiamento, acredito.
De acordo com dados divulgados na quarta-feira, dia 1º de novembro, pela Secex o Brasil já exportou 94 Mt no acumulad entre janeiro e outubro. Neste mesmo período no ano passado, o total era de pouco mais de 74Mt, 20 milhões a mais. Ou 27% a mais do que em 2022.Nunca foi demandada tanta soja brasileira para exportação neste período. E grande parte dessa soja está sendo direcionada para os portos do Sul devido a dificuldades de
escoamento pelos portos do Arco Norte.
Com a conclusão da FICO, e da FIOL, que atendem respectivamente o Mato grosso e a Bahia, e com a Ferrovia do
Maranhão, entrando em operação junto com o Terminal Portuário de Alcântara, formando sistema matriz de transporte ferroviário brasileiro esse fluxo mudará por completo, vindo para o Maranhão grande parte dele, porque como está acontecendo hoje todos estão perdendo dinheiro e aumentando o custo Brasil. O Maranhão é a solução que vai baixar o custo Brasil beneficiando os empresários e aumentando investimentos.
São imensas as possibilidades de desenvolvimento do nosso estado, que se concretizadas, poderia assumir um papel muito importante até em nível mundial. Não poderemos perder essa imensa oportunidade que é mostrada no jornal, ninguém tem tantas possibilidades de desenvolvimento como nós. Mas temos que fazer a nossa lição de casa para que tudo possa dar certo.
Mas precisamos investir pesado em formar capital humano, gente preparada para fazer parte desse novo momento, pois esse é um problema nosso ainda. E a formação de capital humano nessa magnitude vai pressionar fortemente nosso sistema educacional, pois depende dele. Precisamos preparar o futuro, já temos muitas instituições, precisamos coordená-las.