
Devido a esse mercado cladestino, R$ 111 milhões deixaram de ser arrecadados em impostos no Maranhão neste ano, segundo o estudo.
O cenário reflete um problema estrutural no país, marcado pela falta de fiscalização eficiente, redes criminosas organizadas e até certa aceitação social do consumo de produtos piratas, o que alimenta diretamente as atividades ilegais.
“O cigarro contrabandeado é um dos pilares financeiros dessas facções criminosas. Ignorar este elo é permitir que o crime siga se fortalecendo”, alerta Edson Vismona, presidente do FNCP.
O problema não é exclusivo do Maranhão, e sim todo o Nordeste, que se tornou o maior centro da pirataria de cigarros. Na lista dos estados nordestinos com maiores índices estão também o Piauí e Rio Grande do Norte que aparecem logo atrás, ambos com 68% do mercado dominado pela pirataria.
O levantamento também destaca que não se trata apenas de produtos de marcas genéricas. Há um mercado paralelo que falsifica, inclusive, marcas paraguaias famosas, agora reproduzidas dentro do próprio Brasil. Somente no ano passado, nove fábricas clandestinas desse tipo foram fechadas no país. Desde 2010, 64 unidades foram desmanteladas.
Em escala nacional, os números são alarmantes. As perdas associadas à pirataria, contrabando e falsificações somaram R$ 468 bilhões em 2024, o maior prejuízo da década. Setores como vestuário (R$ 87 bilhões), bebidas alcoólicas (R$ 85,2 bilhões), combustíveis (R$ 29 bilhões) e cosméticos (R$ 21 bilhões) estão entre os mais afetados.