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Paulo Guedes precisa dar clareza ao discurso de Bolsonaro

Nos dois discursos de posse, no Congresso e o feito para a multidão no parlatório, o presidente Jair Bolsonaro falou pouco de economia. As indicações mais precisas talvez tenham ficado para o discurso que fará nesta quarta-feira (2) o ministro da Economia, Paulo Guedes, a quem Bolsonaro praticamente delegou a atribuição de formular as medidas de resgate do crescimento da economia.

Mas pelo menos um parâmetro foi fixado com clareza na fala do presidente: aquele no qual ele firma o compromisso de que o governo só vai gastar o que arrecada. Não disse se isso será para o balanço do mandato e se valerá para cada um dos 4 anos de sua gestão.

De qualquer forma, tomada ao pé da letra, isso significa que Bolsonaro assumiu um compromisso com a reforma da Previdência já no seu primeiro ano de governo. Trata-se de uma questão aritmética: impossível cumprir o prometido sem mudar as regras para aposentadorias.

A menos que o governo optasse por um brutal aumento de impostos. Mas isso não está no radar do ministro da Economia. Seria um contra-senso para uma economia fragilizada, na qual as empresas e trabalhadores já têm dificuldade para suportar a carga de impostos vigente.

Compreende-se que no dia da posse o presidente eleito não tenha descido a detalhes sobre o que será efetivamente feito na economia. O discurso genérico traz riscos menores quando se fala para multidões.

Por isso, as expectativas recaem sobre o que dirá nesta quarta o ministro da Economia, Paulo Guedes, que agrega amplos poderes, concentrando atribuições que até o dia 31 estavam espalhadas por três Ministérios.

Na tarde desta quarta, Guedes participa de cerimônia de transmissão de cargo, em Brasília. Ministros de três pastas – Eduardo Guardia (Fazenda), Esteves Colnago (Planejamento), Marcos Jorge (Indústria e Comércio) entregam os cargos ao ministro da Economia, que agregará as três áreas.

A partir de agora, se exigirá cada vez mais que a clareza das propostas e a consistência das medidas que venham a ser anunciadas substitua a retórica de apelo popular, mas de conteúdo difuso e impreciso.

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