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Melhor nome da Segurança Pública do Maranhão, Dr. Cutrim é reconhecido como o delegado que pacificou crise na terra indígena Yanomami 

Nesta semana, Dr. Cutrim voltou a ser reconhecido nacionalmente como o delegado que pacificou a crise dos Yanomamis em 1993.

Com uma trajetória invejável na Polícia Federal (PF), onde por meio do seu trabalho foi destaque ao presidir diversos inquéritos importantes em todo o país, Dr. Cutrim continua sendo o maior nome da história da Segurança Pública do Maranhão e um dos maiores do Brasil.

Ingressou por meio de nomeação para o cargo de Agente da Polícia Federal no Pará, em 1981. Depois, em 1986, após concurso público, exerceu o cargo de Delegado da Polícia Federal, com formação na Academia Nacional da Polícia em Brasília. Durante sua carreira esteve à frente de inquéritos policiais vultosos e missões especiais, entre eles nos estados do Pará, Maranhão, Piauí, Roraima e Rondônia.

Dr. Cutrim também foi colocado à disposição da Procuradoria Geral de Justiça, na gestão na época do procurador-geral Dr. Jamil de Miranda Gedeon Neto, onde ficou até ser nomeado secretário de Estado de Justiça e Segurança Pública do Maranhão, em 1997, permanecendo por 10 anos no combate à criminalidade e garantindo tranquilidade para a população maranhense. Reassumiu o cargo de secretário de Segurança Pública do Estado em 17 de abril de 2009 onde ficou por mais um ano.

Mesmo sem exercer cargo público, Dr. Cutrim sempre foi lembrado pela população e os servidores da segurança pública como nome combativo em favor da ordem.

Reconhecimento

Nesta semana, Dr. Cutrim voltou a ser reconhecido nacionalmente como o delegado que pacificou a crise dos Yanomamis em 1993, resgatando sobreviventes, garantindo paz e tranquilidade para aquela comunidade indígena que habita a Floresta Amazônica na fronteira entre o Brasil e a Venezuela, sendo a assim a maior formação de Terra indígena brasileira, com mais de 96 mil Km², em Roraima.

O ex-presidente da Funai, indigenista, ativista social e etnógrafo Sydney Ferreira Possuelo, um dos maiores conhecedores sobre os Yanomamis e considerado a maior autoridade com relação aos povos indígenas isolados do Brasil falou durante o programa Roda Viva em junho do ano passado a importância do delegado da Polícia Federal Dr.Cutrim para a pacificação da crise na terra indígena que parecia não ter fim.

Segundo Sydney Possuelo, a participação do delegado Dr. Cutrim foi essencial para a remoção dos invasores daquela comunidade.

‘’Quando fomos tirar 40 mil invasores da terra indígena Yanomami, que tinha que tirar para depois demarcar. Eu contei com o apoio da Polícia Federal, com o Cutrim. Cutrim, delegado de Polícia Federal que eu conheci ele no Maranhão. Fantástico, aquele homem trabalhava diuturnamente, e ali pudemos montar um esquema para a retirada daquilo que não foi fácil’’, afirmou Sydney Possuelo.

A crise

Registro do dia 18 de agosto de 1993, o Massacre de Haximu virou manchete nos jornais do Brasil e do Mundo. A cobertura jornalística e a corrida dos profissionais de imprensa à Roraima foram iniciadas, acompanhada de muita confusão. A maioria das matérias e reportagens veiculadas pelos jornais e tv’s estava baseada em fatos e informações sem comprovação e distorciam o fato ocorrido, principalmente em relação ao número de vítimas. Nessa ocasião, os locais do crime nem sequer haviam sido submetidos a uma investigação mais adequada. Funcionários da Funai, pressionados pela mídia e pelo governo, davam depoimentos irresponsáveis e completamente descabidos de veracidade, a partir de boatos e comentários. A mídia nacional e estrangeira chegou a divulgar que o total de mortos teria sido de mais de uma centena de Yanomami.

Em 25 de agosto de 1993, a CCPY noticiou que 69 sobreviventes haviam chegado ao posto de atendimento no Toototobi, entre eles quatro feridos com marcas de chumbo, sendo duas meninas (de sete e seis anos) e dois homens (de vinte e dezoito anos).

Os sobreviventes relataram que os garimpeiros atacaram os índios pela primeira vez, em meados de junho, quando quatro homens adultos foram mortos à bala. Algum tempo depois, disseram que vingaram-se, matando dois garimpeiros. Por volta dos dias 22 e 23 de julho, perto do meio-dia, os garimpeiros cercaram os três lados de uma maloca indígena próxima a uma roça abandonada, onde um grupo de Yanomami ali acampado havia saído para buscar pupunha na parte baixa do rio Hwaximeu.

Pela primeira vez na história dos tribunais brasileiros, o Superior Tribunal de Justiça (STJ), reconheceu a ocorrência de crime de genocídio pelas mortes decorrentes do conflito entre Yanomamis e garimpeiros que resultou na morte de 16 índios, e praticamente no extermínio da aldeia Haximu, em agosto de 1993. A decisão, proferida no último dia 12 de setembro, foi unânime e constitui um verdadeiro marco histórico na jurisprudência indigenista e criminal no Brasil. Assim, o STJ confirmou a sentença condenatória do juiz federal de Roraima, garantindo a condenação dos garimpeiros responsáveis pelo crime de genocídio.

Dr. Cutrim responsável pelo fim da crise

Dr. Cutrim foi o delegado da Polícia Federal designado para presidir no 27 de agosto de 1993 o único inquérito sobre genocídio dos povos indígenas Yanomami. Na ocasião, a operação comandada pelo Dr. Cutrim encontrou urnas com cinza dos mortos na chacina em um grande desafio de investigar e apurar o primeiro crime de genocídio do Brasil. Nas reuniões de trabalho foram definidas as ações e o inquérito conduzido pelo delegado da PF Raimundo Cutrim, serviu de base para a denúncia do Ministério Público. O crime de genocídio aconteceu em duas etapas: na primeira, quatro homens foram mortos a tiro em um local dentro da floresta e distante da aldeia, sendo que um corpo não foi encontrado; na segunda, algumas semanas depois, doze pessoas foram mortas a tiros e mutiladas com facão, sendo um homem adulto, duas idosas, uma mulher, três adolescentes, quatro crianças e um bebê. Este segundo grupo já estava fora da aldeia, nos tapiris, o que indicava que estava escondido dentro da mata, temendo novo ataque dos garimpeiros, depois das primeiras quatro mortes.

A operação realizou a queimada dos barracos dos garimpeiros, apreensão de avião e mantimentos. Na época foi retirado mais de 40 mil garimpeiros da área Indígena Yanomami, restabelecendo a paz e tranquilidade para toda região.

Como reconhecimento ao trabalho que encerrou a maior crise envolvendo povos indígenas, o delegado da PF Raimundo Soares Cutrim (Dr. Cutrim), recebeu a réplica da pedra do Marco 001 Poligonação, sendo condecorado com a maior Comenda da Instituição, Mérito Indigenista.

Portanto, Dr. Cutrim demonstrou toda sua competência, eficiência e altivez conduzindo um inquérito complexo e foi um dos responsáveis pela demarcação da terra indígena Yanomami que volta a passar por uma crise de insegurança, com morte de indígenas, agora em uma menor escala.

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