Gospel

Sequestrador morto: como o cristão deve reagir a este fato?

Aqui não entra nenhuma ideologia, mas a humanidade.

O cristão verdadeiro precisa entender que não pertence a este mundo e que foi
liberto do poder do pecado pela obra de Cristo Jesus. Portanto, a base do
pensamento daquele que anda no Caminho é que a vida se viabiliza pela verdade
e pelo amor. Sem amor, nada somos; o amor folga com a verdade (1Co 13.6).

Pessoas são dignas de amor e compaixão. Quem está no discipulado de Cristo
precisa amar gente, pois o alvo da nossa pregação e serviço são as pessoas. IDE!
Para onde? Todo mundo. Com qual propósito? Evangelizar e discipular pessoas.
Isto é definitivo e decisivo na maneira do cristão regenerado pelo Espírito Santo
olhar a vida e as relações.

E por que digo estas coisas para analisar o fato de um sequestrador ter sido
abatido pela Polícia Militar do meu Estado, o Rio de Janeiro? Porque, apesar de
celebrarmos o livramento da morte dos mais de 30 reféns, não devemos
comemorar a morte de um ser humano, em hipótese alguma.
Aqui não entra nenhuma ideologia, mas a humanidade. Quando eu vejo o Estado
protegendo o inocente, agradeço a Deus por capacitar estes homens. No entanto,
não sou deste mundo. E é por isso que eu tenho de lamentar o fato de que uma
vida foi ceifada pelo pecado.

Há evidentemente um mix de sentimentos, pois a Escritura estabeleceu a
autoridade constituída (Rm 13) e a cosmovisão que nos faz sempre sentir quando
alguém é morto, ainda mais nestas circunstâncias (Ez 18). Se Deus não tem prazer
na morte do ímpio, por que eu deveria ter?

Não cabe a nenhum de nós criticarmos a ação do Governo do Estado porque
certamente foi legal, uma vez que o sniper atuou na legítima defesa de terceiros.
Contudo, o sentimento que deve ficar na alma que não deve ser o de alegria.
Alguém morreu sem a vida no evangelho. Como sorrir num momento desses?
As leis existem para serem obedecidas e para preservar a vida humana. Quando
alguém transgride a Lei, ainda mais num contexto onde o Estado se mostra mais
letal contra a criminalidade, está sim assumindo o risco de morte. Quando qualquer
pessoa decide viver em conflito com a Lei, o risco de uma sanção por parte do
poder público é definitivamente real.

Do outro lado existe o olhar pessoal do cristão verdadeiro, que deve se preservar
para não ser consumido pelo sentimento de vingança. O Estado estabelece justiça,
não o indivíduo.

A nós, cabe tão somente buscar não transgredir as leis e orar pelas autoridades
públicas. Também nos pertence o dever de não ter prazer na morte do ímpio e se
engajar ainda mais na Missão, para que menos pessoas tenham um fim tão triste
como este.

Por Maycson Rodrigues

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