Fontes ligadas ao Palácio do Planalto e também aos corredores do Palácio dos Leões detalharam o real roteiro do governador oligarca Carlos Brandão durante encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília. Longe da narrativa oficial divulgada pela imprensa alinhada ao governo estadual, a realidade foi outra.
Brandão teve que esperar cerca de uma hora e meia antes de ser recebido. Quando finalmente aconteceu a reunião, ele apresentou pesquisas e tentou defender o nome do sobrinho, conhecido no bastidores político como Orleans “Bebezão”, como pré-candidato ao governo do Maranhão, um projeto de poder familiar empurrado goela abaixo. A conversa durou menos de 40 minutos e não teve respostas favoráveis do presidente, que demonstrou claramente desinteresse em endossar o arranjo familiar.
Lula, que já governa o país pela terceira vez e busca um quarto mandato, deverá em breve emitir uma posição definitiva sobre a candidatura no Maranhão. Pela primeira vez em duas décadas, o estado aguarda que o presidente da República indique quem terá legitimidade para disputar o comando do estado, colocando fim ao projeto de perpetuação de uma oligarquia familiar.
O problema vai além da escolha de um nome: envolve o futuro de um estado que carrega os piores indicadores sociais do país. Endossar o projeto do sobrinho de Brandão seria um gesto imoral, ainda que não ilegal. Como justificar o uso do prestígio e da força política do Planalto para manter um arranjo familiar, em um Maranhão que precisa de justiça social, trabalho sério e resultados concretos?
Os conselheiros do oligarca Brandão empurram o estado para um coronelismo disfarçado de gestão moderna, financiado com recursos públicos e reforçado pela propaganda oficial. Esse é um pedido imoral ao presidente da República, que deve decidir entre sustentar um projeto familiar ou abrir espaço para uma candidatura que sirva ao povo.
O Maranhão não aguenta mais arranjos de poder travestidos de estratégia política. O estado precisa de mérito, gestão eficaz e projetos que beneficiem a população, não heranças, compadrio e esquemas familiares. Lula terá a responsabilidade histórica de escolher o lado certo nesta disputa: romper com o patrimonialismo e garantir que o futuro do Maranhão seja definido pelo povo, e não por uma oligarquia.





