Ministros Flávio Dino e Alexandre de Moraes expõem, em rede nacional, o nepotismo e o aparelhamento familiar no governo do Maranhão. O recado foi direto ao governador oligarca Carlos Brandão.
Brasília virou palco de constrangimento público para o Palácio dos Leões.
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Uma fala dura e repleta de ironia do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Flávio Dino, ecoou pelos bastidores da política maranhense e soou como um golpe certeiro no governador oligarca Carlos Brandão.
Durante uma sessão do STF, Dino disparou:
“Uma reunião de governo não pode ser um almoço de domingo. Uma reunião de governo não pode ser uma ceia de Natal. Ei, papai, titio, irmão, passe aí o macarrão.”
A frase, carregada de sarcasmo, foi interpretada como um recado direto ao governo de Brandão, acusado de transformar o Estado em um feudo familiar, onde cargos estratégicos são ocupados por parentes e aliados próximos.
Embate com o STF
O oligarca Brandão trava uma queda de braço com a Suprema Corte após descumprir uma determinação do ministro Alexandre de Moraes, que ordenou o afastamento do marido de sua sobrinha do comando do Porto do Itaqui.
Na mesma sessão, Moraes reforçou as palavras de Dino e foi além: citou nominalmente o Maranhão como exemplo de nepotismo institucionalizado, onde proibiu que o irmão do governador, Marcus Brandão, assumisse qualquer cargo em um dos três poderes estaduais — decisão baseada em indícios de nepotismo cruzado.
Cabide familiar no Palácio dos Leões
A fala de Dino foi considerada, nos bastidores políticos, um recado público e humilhante ao oligarca Brandão. No Maranhão, cresce o descontentamento com o que muitos chamam de “República dos Brandão”, onde sobrinhos, irmãos e parentes do governador ocupam cargos de alto escalão.
Entre os exemplos mais citados estão o sobrinho Daniel Brandão, com posição de destaque como presidente do TCE-MA, e o sobrinho Orleans Brandão, nomeado Secretário Extraordinário do tio.
Recado direto e constrangimento nacional
A fala de Dino, transmitida em rede nacional, escancarou o que a oposição no Maranhão denuncia há tempos: o uso da máquina pública como um balcão de privilégios familiares.
Para analistas políticos, o episódio marca um dos momentos mais constrangedores da trajetória do oligarca Brandão, que vê sua imagem nacionalmente associada ao nepotismo — e enfrenta, agora, pressão direta do STF e exposição pública sem precedentes.



