O governador do Maranhão, Carlos Brandão, conhecido nos bastidores como coronel-oligarca, protagonizou uma cena patética, de constrangimento público e desequilíbrio político durante evento realizado nesta segunda-feira (6), na cidade de Imperatriz, na Região Tocantina do Maranhão, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Em meio à solenidade e diante de lideranças políticas locais e nacionais, Brandão humilhou o vice-governador Felipe Camarão (PT), ignorando deliberadamente sua presença no palanque. Camarão se levantou para cumprimentá-lo, mas foi completamente desprezado, num gesto interpretado como um recado direto: o vice, apesar de pertencer ao partido do presidente, não merece respeito pelo cargo que ocupa. Comportamento tipo de Carlos Brandão, quando alguém o contraria.
A atitude do governador, que tem histórico político ligado ao campo de centro e sempre foi adversário do PT, expôs não apenas a tensão interna no governo, mas também a tentativa desesperada de Brandão de construir um projeto familiar de poder, alheio à base que o fez chegar até o cargo de governador.

O ponto alto do constrangimento aconteceu quando o presidente Lula se aproximou da parte central do palanque. Carlos Brandão empurrou o sobrinho, Orleans Brandão, apelidado nos bastidores de “Boneco de Olinda”, para ficar ao lado de Lula, numa tentativa visivelmente forçada de criar uma imagem de proximidade com o chefe do Executivo federal.
A manobra, porém, não teve o efeito desejado. O presidente Lula demonstrou total indiferença a Orleans Bebezão, deixando claro que não há simpatia espontânea ou qualquer sinal de apoio ao projeto familiar do governador oligarca. A insistência de Brandão em promover o sobrinho apenas evidenciou a falta de autonomia e de preparo político do rapaz, visto por muitos como uma marionete dos interesses do tio e do pai.
O evento, que deveria servir para reforçar laços entre os governos estadual e federal, acabou sendo um palco de vaidades e disputas internas, revelando os bastidores de um grupo político fragmentado e centrado em projetos pessoais. O comportamento do coronel-oligarca expôs publicamente a fragilidade de sua estratégia e demonstrou que nem mesmo ao lado do presidente Lula foi possível disfarçar o isolamento e a rejeição a seu candidato a quem ele quer empurrar goela abaixo.





