
O principal ponto de impasse está no custo elevado das hospedagens na capital paraense. Delegações de países em desenvolvimento vêm pressionando a ONU por aumentos nos subsídios, diante de diárias que chegam a ultrapassar US$ 350 (cerca de R$ 1,9 mil) valor muito superior aos US$ 140 (aproximadamente R$ 756) atualmente oferecidos pela ONU para cobrir despesas com alimentação e hospedagem.
Durante reunião na sede da ONU, nesta sexta, o Brasil apresentou detalhes sobre a oferta de hospedagem e explicou os limites para intervenção no setor hoteleiro, que é majoritariamente privado. Segundo a secretária executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, o governo federal recusou a proposta da ONU de subsidiar parte das hospedagens de países pobres.
“O país já está arcando com custos significativos para a realização da COP e, por isso, não há como assumir subsídios adicionais”, declarou Belchior.
Apesar disso, o governo estuda alternativas de apoio sem uso direto de recursos públicos.
Embora a plataforma oficial do evento já tenha garantido reservas para 39 dos 47 países confirmados, os custos ainda são considerados o maior desafio logístico. Ao todo, o governo informa haver 33 mil quartos individuais disponíveis, número acima dos 24 mil solicitados pela ONU.
Outros oito países entre eles Egito, Espanha, Portugal, Japão e Noruega fecharam acordos diretamente com a rede hoteleira.
A tentativa de regular os preços por meio de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC), proposto entre fevereiro e março, não avançou como o esperado. A proposta era alinhar os valores àqueles praticados durante o Círio de Nazaré, maior evento turístico de Belém. No entanto, a negociação com o setor hoteleiro segue em aberto.
Diante da situação, o governo anunciou a criação de uma força-tarefa para acelerar a adesão de novos países e ampliar a interlocução com a ONU, com o objetivo de viabilizar a presença de mais delegações, especialmente de nações em desenvolvimento.