
A sabedoria popular é implacável e, neste momento, serve como alerta ao governador do Maranhão, Carlos Brandão, e sua tropa de choque, que vivem um verdadeiro inferno astral político e administrativo. Nos bastidores do Palácio dos Leões, o clima é de tensão crescente com revelações que, segundo fontes próximas, têm tirado o sono dos aliados mais próximos.
O episódio mais recente envolve o desgaste causado pelo afastamento do procurador-geral do Estado, Valdenio Nogueira Caminha, determinado pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF. A decisão foi motivada pelo descumprimento reiterado de ordens judiciais por parte do agora ex-chefe da PGE, um desgaste jurídico e político de grande magnitude para a gestão Brandão.
Na tentativa de demonstrar força, Brandão tentou reagir com um gesto autoritário e intempestivo: no mesmo Diário Oficial que confirmou a queda do seu procurador-geral, o governador assinou o Decreto nº 40.286, de 15 de agosto de 2025, determinando o retorno de todos os servidores estaduais requisitados, cedidos ou à disposição de outros órgãos em qualquer esfera de poder.
A medida, interpretada por analistas como um ato de birra e desespero, mirava, principalmente, os servidores cedidos ao próprio Judiciário, onde hoje atuam dois auxiliares diretos do ministro Flávio Dino. A canetada de Brandão foi vista como uma retaliação velada e fracassada.
Mas como diz outro ditado: “pau não briga com pedra”. A repercussão negativa foi imediata, e antes mesmo da tinta da caneta secar, Brandão recuou. No dia seguinte, publicou o Decreto nº 40.287, de 16 de agosto, revogando integralmente o decreto anterior.
O resultado? A emenda saiu pior do que o soneto. A tentativa de reagir com imposição virou motivo de chacota nos corredores da política local. A imagem de um governador impulsivo, pressionado e acuado se fortalece, assim como os apelidos que circulam entre parlamentares e servidores “arregão” é um dos mais ouvidos.
A sequência de decisões erráticas e o desequilíbrio entre reação política e bom senso administrativo reforçam a percepção de que o governo Brandão perdeu o controle da narrativa e da governabilidade. Ao que tudo indica, o “passarinho que engoliu pedra” agora sente o peso das consequências.
A sabedoria popular não perdoa e, no Maranhão, tem sempre razão.