
Em 2023, o comércio do Maranhão viveu um cenário de contrastes: crescimento no número de estabelecimentos e aumento nas receitas, mas queda no número de pessoas empregadas no setor. Os dados são da Pesquisa Anual de Comércio (PAC), divulgada nesta quinta-feira (7) pelo IBGE.
Ao todo, o estado alcançou o maior número de empreendimentos comerciais da sua história, com 31.853 unidades em funcionamento, um crescimento de 8,5% em relação a 2022, o que representa 2.503 novas unidades em operação.
O comércio varejista puxou esse avanço com alta de 9,1% no número de lojas. Já os segmentos de veículos, peças e motocicletas cresceram 5,3%, enquanto o comércio atacadista subiu 7,5%.
Queda no emprego chama atenção
Apesar da abertura de novas lojas, o número de pessoas ocupadas no setor comercial caiu 2,6% no Maranhão. Em números absolutos, foram 4.789 postos de trabalho a menos em comparação com 2022. Essa foi a maior retração percentual entre os 27 estados do país.
O setor mais afetado foi o comércio varejista, com queda de 3,7% no número de empregados, o que equivale a 5.294 vagas a menos. Em contrapartida, o comércio de veículos e peças foi o único com aumento no emprego formal, crescendo 5,5% e gerando 779 novas vagas.
Salários ainda abaixo da média nacional
O salário médio no comércio maranhense foi de R$ 1.859,04, o equivalente a 1,4 salário mínimo — abaixo da média nacional, que foi de R$ 2.572,49. O setor atacadista apresentou a maior remuneração média no estado (R$ 2.757,49), enquanto o varejo ficou com a menor (R$ 1.623,07).
Mesmo assim, o valor pago no Maranhão cresceu em relação ao ano anterior, subindo de 1,3 para 1,4 salários mínimos — um retorno ao patamar de 2019 a 2021.
Receita e margem de comercialização em alta
Outro dado importante é que a Receita Bruta de Revenda (RBR) das empresas do comércio no Maranhão chegou a R$ 138,2 bilhões, um crescimento significativo de 12% em relação a 2022. Foi o maior valor já registrado na série histórica.
Além disso, o estado também apresentou uma margem de comercialização de R$ 20,8 bilhões, representando 1,3% do total nacional. A margem corresponde à diferença entre o que as empresas faturam e o que gastam com mercadorias — e é um indicativo da saúde financeira do setor.