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Senado abre auditoria após reembolsos irregulares por bebidas alcoólicas com verba pública

O Senado Federal determinou a realização de uma auditoria interna para apurar possíveis reembolsos indevidos feitos por parlamentares com recursos da cota parlamentar, destinados ao custeio de atividades legislativas. A medida foi tomada após vir à tona que ao menos dois senadores solicitaram ressarcimento por despesas com bebidas alcoólicas — prática proibida pelas regras da Casa.

A decisão foi motivada por uma reportagem publicada pelo portal Metrópoles, que revelou que os senadores Humberto Costa (PT-PE) e Giordano (MDB-SP) apresentaram notas fiscais com vinhos, cervejas e drinks para reembolso. As despesas foram autorizadas pelo sistema do Senado, o que indica falhas na análise prévia dos documentos.

Humberto Costa (PT-PE) e Giordano (MDB-SP)

Humberto Costa teve ao menos quatro notas reembolsadas em 2024, contendo itens como vinho francês de R$ 50 e chopes, enquanto Giordano foi reembolsado por bebidas como Aperol Spritz e Fragole Lambrusco, normalmente servidos em bares e restaurantes de alto padrão.

Em ambos os casos, somente os valores relacionados a gorjetas foram excluídos do reembolso — as bebidas foram aceitas integralmente até a divulgação do caso.

Após a repercussão, os parlamentares devolveram os valores aos cofres públicos. No entanto, o episódio provocou uma reação imediata da Mesa Diretora do Senado, que anunciou a revisão das regras de controle e prometeu mais rigor na análise das despesas parlamentares.

A auditoria cobrirá os anos de 2024 e 2025, e, segundo comunicado oficial, o objetivo é identificar se houve outros reembolsos similares realizados por parlamentares nos últimos meses. A Casa afirmou ainda que medidas corretivas já foram adotadas e que reforçará os mecanismos internos de fiscalização, “em nome da ética, legalidade e transparência no uso dos recursos públicos”.

A cota parlamentar foi criada para cobrir despesas relacionadas diretamente ao mandato, como alimentação, transporte, passagens aéreas e materiais de trabalho. Bebidas alcoólicas, itens de luxo ou gastos de caráter pessoal são expressamente vedados.

O caso reacende o debate sobre a necessidade de maior transparência e controle no uso de verbas públicas por agentes eleitos, sobretudo em um contexto de descrédito das instituições junto à população. A expectativa é que a auditoria interna do Senado tenha seus resultados divulgados nos próximos meses.

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