Brasil lançará foguete sul-coreano da base de Alcântara até o final de novembro

A mudança foi solicitada pela empresa Innospace, responsável pelo desenvolvimento do veículo espacial. Com isso, o novo cronograma da operação passou a abranger o período de 13 de outubro a 28 de novembro. A data e o horário exatos do lançamento ainda serão definidos, de acordo com as condições meteorológicas e análises técnicas realizadas pela equipe da missão.
Segundo a AEB, o pedido de extensão foi aprovado em parceria com o Departamento de Ciência e Tecnologia Aeroespacial (DCTA), órgão da Força Aérea Brasileira (FAB) responsável pela coordenação da operação. O deslocamento das equipes técnicas e de apoio deve começar no dia 3 de novembro.
A Operação Spaceward 2025 representa um marco histórico para Alcântara e para o Brasil, consolidando a entrada do país no mercado global de lançamentos espaciais e abrindo novas oportunidades de desenvolvimento econômico e geração de renda.
O lançamento é resultado de um edital público lançado pela AEB em 2020, que selecionou empresas interessadas em realizar lançamentos a partir do CLA. A Innospace foi uma das escolhidas e assinou contrato com o Comando da Aeronáutica (COMAER) em 2022, fortalecendo o modelo de parceria público-privada no setor espacial brasileiro.
O foguete HANBIT-Nano tem 21,9 metros de comprimento, 1,4 metro de diâmetro e massa total de quase 20 toneladas. Ele utiliza propulsão híbrida (sólido e líquido) e é capaz de transportar até 90 quilos de carga útil.
A missão vai enviar oito cargas registradas, incluindo cinco pequenos satélites e três experimentos tecnológicos desenvolvidos por empresas e instituições do Brasil, Coreia do Sul e Índia. Os equipamentos serão usados em pesquisas climáticas, ambientais, tecnológicas e educacionais.
A Spaceward 2025 é a primeira operação comercial tanto da Força Aérea Brasileira quanto da Innospace. O foguete recebeu autorização de lançamento da Agência Espacial da Coreia (KASA) e, em maio deste ano, também foi aprovado pela AEB, após o cumprimento de exigências de segurança, proteção ambiental e garantia de que não haverá riscos à soberania nacional.
A Agência Espacial Brasileira, vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), é responsável por coordenar a Política Espacial Brasileira. Desde a sua criação, em 1994, a instituição busca promover o uso pacífico e estratégico do espaço, contribuindo para o avanço científico e tecnológico do país.