
Especialistas apontam que o aumento expressivo está diretamente relacionado a mudanças no estilo de vida, como alimentação industrializada, sedentarismo e obesidade. Atualmente, cerca de 75% dos pacientes jovens com câncer dependem exclusivamente da rede pública para diagnóstico e tratamento.
O câncer colorretal teve crescimento de aproximadamente 160% no mesmo período. Segundo o oncologista Samuel Aguiar, do A.C.Camargo Cancer Center, mais de 90% desses casos estão associados a fatores comportamentais. “Dietas pobres em fibras, excesso de alimentos ultraprocessados e falta de atividade física são os principais responsáveis pelo aumento da incidência em adultos jovens”, afirmou.
A baixa adesão a exames preventivos, como a colonoscopia antes dos 50 anos, também contribui para o diagnóstico tardio. A médica Sumara Abdo, do Instituto Nacional de Câncer (Inca), defende que os programas de rastreamento incluam pessoas com histórico familiar, obesidade ou sintomas persistentes, mesmo abaixo da faixa etária tradicional de risco.
Entre as medidas preventivas, os especialistas recomendam alimentação rica em fibras, prática regular de exercícios físicos e atenção a sinais precoces da doença.
Outro desafio apontado é a demora no início do tratamento pelo SUS. A oncologista Isabella Drummond alerta que muitos pacientes não conseguem iniciar a terapia dentro do prazo legal de 60 dias após o diagnóstico. Além disso, testes genéticos e terapias modernas ainda são de acesso restrito à rede privada, o que amplia as desigualdades no enfrentamento da doença.