
A Polícia Rodoviária Federal (PRF) realizou a maior apreensão de madeira ilegal já registrada no país. A Operação Rotas da Madeira, realizada entre os dias 17 e 31 de agosto, retirou de circulação 2.043 m³ de madeira irregular. A ação aconteceu no Sertão de Pernambuco, mas contou com a participação de equipes do Maranhão, Brasília e Piauí.
A carga, transportada por 39 caminhões, seria suficiente para construir mais de 700 telhados de casas populares. Entre as irregularidades encontradas estavam divergências entre as espécies declaradas e as transportadas, ausência de documentação ambiental e fiscal, além do transporte de espécies proibidas.
As infrações levaram à emissão de Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCO) e à invalidação das licenças ambientais apresentadas. O crime de transportar, vender ou guardar madeira sem licença válida prevê pena de seis meses a um ano de detenção, além de multa.
A operação contou com apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), do Instituto de Defesa Agropecuária do Estado de Mato Grosso (Indea-MT) e do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC).
O comércio ilegal de madeira representa uma grave ameaça às áreas nativas da Amazônia Legal, que inclui parte do Maranhão. A extração clandestina provoca prejuízos ambientais e desequilibra o mercado, já que a madeira ilegal é vendida a preços abaixo do praticado por empresas regularizadas.
Em 2024, a PRF apreendeu 36.547 m³ de madeira clandestina no Brasil. Somente em 2025, até agora, já foram recolhidos 19.173 m³.
A madeira apreendida é encaminhada a órgãos ambientais e doada para instituições beneficentes, de ensino e pesquisa.
O governo federal tem reforçado o combate ao desmatamento ilegal e outros crimes ambientais por meio do Plano AMAS (Amazônia: Segurança e Soberania), lançado em 2023. A iniciativa integra forças federais, estaduais e municipais, utilizando tecnologia de imagens de satélite e sistemas de rastreamento.
A operação também faz parte dos preparativos do Brasil para a COP30, conferência mundial sobre mudanças climáticas que será realizada em novembro de 2025, em Belém (PA).