Líder de facção criminosa ordenou a morte de motoqueiro de aplicativo por confundi-lo com um rival

O avanço das facções criminosas tem transformado comunidades inteiras em zonas de controle paralelo, especialmente na região metropolitana da capital maranhense. Em áreas onde o Estado se faz ausente, criminosos impõem regras, determinam quem entra e quem sai dos bairros, e fazem da população refém da violência cotidiana.
Um exemplo brutal desse cenário foi registrado nesta semana. O corpo do motociclista de aplicativo Franklin César, desaparecido desde o último domingo (24), foi encontrado na tarde desta terça-feira (26), enterrado em uma cova rasa em uma área de matagal no bairro Bequimão, atrás de condomínios populares.
Segundo a Polícia Civil, a vítima foi morta por engano a mando de um líder de facção criminosa de 22 anos, que acreditava que o motoqueiro pertencia a um grupo rival. Franklin havia ido ao local apenas para realizar uma corrida com passageira.
O principal suspeito foi preso e confessou o crime, alegando que confundiu a vítima com um integrante de facção rival. Ele também admitiu ter ordenado a execução, reforçando a tese de que o assassinato foi resultado de uma falha de identificação.
A Superintendência de Homicídios e Proteção à Pessoa (SHPP) conduziu as investigações e localizou o corpo da vítima com apoio de equipes especializadas. Após o resgate, o corpo foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML), onde foi reconhecido por familiares.
O caso gerou comoção entre colegas de profissão. Grupos de motociclistas por aplicativo realizaram manifestações cobrando mais segurança para quem trabalha nas ruas da capital.
Enquanto isso, cresce a pressão sobre o sistema de segurança pública, diante da realidade imposta por organizações criminosas que atuam com alto grau de impunidade, mesmo à luz do dia.