
A política do Maranhão vive um momento deprimente, marcado por um espetáculo grotesco protagonizado por deputados federais e estaduais que, em vez de representar o povo, se limitam a lamber as botas do Palácio dos Leões. Esses parlamentares, sustentados por cargos, verbas e conveniências políticas, agora demonstram desespero diante da ascensão de figuras que ainda respeitam a Constituição, como o ministro do Supremo Tribunal Federal, Flávio Dino. A ordem entre os bajuladores de Carlos Brandão é clara: atacar sem freios todos os que ameaçam o projeto de continuidade no poder. Pouco importa se o alvo apenas cumpre seu dever constitucional.
A mais recente investida foi orquestrada por deputados federais ligados ao governo estadual, que usaram a tribuna da Câmara como palanque de vingança política. Aluísio Mendes (Republicanos), forasteiro que fincou raízes no Maranhão à base de cargos, foi um dos primeiros a destilar ataques vazios contra Dino. Hildo Rocha (MDB), que nem mandato próprio tem, e Marreca Filho (PRD), herdeiro de privilégios no Executivo estadual, também aderiram ao coro. Nenhum apresentou qualquer proposta para o povo. Preferiram a velha tática da provocação rasteira, com falas desconexas, carentes de seriedade e repletas de motivações pessoais.
Esses parlamentares, que deveriam estar discutindo soluções para os problemas do Maranhão, como a pobreza crescente, a estiagem no interior ou o colapso da segurança pública, optaram por um espetáculo ridículo. Usaram tempo e espaço públicos para atacar um ministro da Suprema Corte que, gostem ou não, exerce sua função com firmeza e respeito às leis. Ao contrário dos seus algozes, Dino não ocupa cargo por herança, troca de favores ou conchavos com secretarias recheadas de apadrinhados. Cumpre com rigor e competência o papel institucional que lhe foi confiado, exatamente como manda a Constituição.
A motivação dos ataques é evidente: manter as benesses que o governo Brandão distribui como moeda de fidelidade. Aluísio Mendes, por exemplo, controla a Secretaria de Esporte e Lazer por meio do aliado Celso Dias. Marreca Filho, que herdou o sobrenome e o poder do pai, tem ele Junior Marreca comandando a Secretaria de Indústria e Comércio. Hildo Rocha, incapaz de vencer nas urnas, sobrevive à sombra de cargos e negociações que o obrigam a atuar como mensageiro político um “moleque de recado”, como é conhecido nos bastidores de Brasília.

No plano estadual, a tropa de choque do Palácio dos Leões também foi acionada. Deputados como Yglésio Moyses (PRTB), Mical Damasceno (PSD) e Antônio Pereira (PSB) vestiram a camisa do ataque cego, sem qualquer embasamento jurídico ou coerência institucional. Todos esses, sem exceção, estão ligados por contratos, cargos ou benefícios generosos oriundos do orçamento público, cuidadosamente distribuído pelo governador Brandão a quem se ajoelha perante seu projeto de perpetuação.
É vergonhoso ver parlamentares se comportando como vassalos políticos, defendendo seus próprios interesses enquanto o povo do Maranhão continua à margem do desenvolvimento. Em vez de cumprir o juramento de mandato, fiscalizando o executivo e defendendo a população, preferem defender a oligarquia em formação que tenta se consolidar no estado. Trocaram a independência parlamentar por salários extras, cargos para familiares e mordomias financiadas pelo contribuinte.
Enquanto isso, Flávio Dino, que é ex-governador, professor, jurista e agora ministro da mais alta corte do país, apenas cumpre seu papel. Não faz política. Aplica a lei. E é justamente isso que apavora aqueles que se beneficiam da política feita nos bastidores, à base de compadrio e jogo sujo. O desespero que se vê nos ataques não é contra Dino, mas contra a possibilidade de perder o acesso ao cocho. E quando a boca do boi começa a secar, a gritaria aumenta.