O governador Carlos Brandão mais uma vez deixou claro que sua postura autoritária e desrespeitosa está muito distante do que se espera de um líder democrático. Durante um encontro político realizado na noite desta quarta-feira (13), em São Luís, Brandão reagiu com visível irritação à perda do comando do PSB no Maranhão para a senadora Ana Paula Lobato, uma mulher jovem, atuante e legitimamente eleita como suplente e ascendeu ao cargo de senadora efetivamente.
Em vez de respeitar a decisão partidária e o crescimento político da senadora, o governador preferiu partir para o ataque pessoal, em tom carregado de machismo e desdém. “Senadora sem voto, sem prestígio”, disparou Brandão, evidenciando não apenas sua frustração, mas também uma visão retrógrada e misógina, incompatível com os princípios democráticos e com o respeito às mulheres na política.
É inadmissível que, em pleno 2025, um chefe do Executivo Estadual utilize desse tipo de linguagem para desqualificar uma mulher que vem ocupando espaço político com mérito próprio. A declaração de Brandão não apenas escancara seu despreparo para lidar com a diversidade e a autonomia dentro do campo político, como também reafirma o estigma de que ele ainda se comporta como um “coronel de Colinas”, acostumado a controlar e impor sua vontade, sem espaço para o contraditório.
O silêncio de parte da classe política diante dessa conduta é igualmente preocupante, especialmente entre aquelas e aqueles que se dizem defensores da presença feminina na política. A omissão diante de falas machistas como essa apenas contribui para perpetuar a cultura de silenciamento e subjugação das mulheres nos espaços de poder.
Carlos Brandão deve explicações públicas, não apenas à senadora Ana Paula, mas a todas as mulheres que diariamente enfrentam o machismo institucional e estrutural, muitas vezes vindo de onde menos se espera: do topo da hierarquia política.
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