
Entre 2017 e 2022, o Maranhão teve um saldo migratório negativo de 129.228 pessoas. Ou seja, mais maranhenses deixaram o estado do que moradores de outros lugares chegaram para viver no território maranhense.
O número coloca o Maranhão como o segundo estado com maior perda populacional por migração no Brasil, atrás apenas do Rio de Janeiro, que teve saldo negativo de 165,3 mil pessoas.
Segundo o IBGE, esse movimento reforça uma tendência histórica de evasão populacional do Nordeste, região onde apenas a Paraíba apresentou saldo positivo no período analisado.
A Bahia e Pernambuco, por exemplo, também perderam mais moradores do que receberam, com saldos negativos de 41.549 e 41.486 pessoas, respectivamente.
Em todo o país, os estados do Sudeste, historicamente vistos como principais destinos migratórios, também perderam protagonismo como polos de atração.
São Paulo teve saldo negativo de 89,5 mil moradores, enquanto o Rio de Janeiro apresentou perda de mais de 165 mil pessoas no período. Até o Censo anterior, em 2010, ambos registravam saldos positivos.
No Maranhão, o saldo negativo reforça o fluxo migratório em direção a outras regiões do Brasil, principalmente para estados do Centro-Oeste, como Goiás e Mato Grosso, e também para São Paulo.
Segundo os dados do Censo, jovens entre 25 e 34 anos foram os principais protagonistas desses movimentos, migrando em busca de trabalho, estudo, moradia ou oportunidades melhores de vida.
Enquanto isso, Santa Catarina se tornou o principal destino de migrantes interestaduais no país.
O estado teve um saldo positivo de 354.350 pessoas entre 2017 e 2022. Ao todo, recebeu 503.580 moradores de outras regiões e perdeu 149.230, o que representou um aumento populacional de 4,66% — a maior taxa de crescimento por migração em todo o Brasil.
Outros estados que registraram aumento expressivo da população por conta da migração foram Goiás, com saldo positivo de 186.827 pessoas; Minas Gerais, com 106.499; Mato Grosso, com 103.938; e Paraná, com 85.045.
Já além do Maranhão e do Rio de Janeiro, os estados com maiores perdas foram o Distrito Federal (-99.593 pessoas), Pará (-94.097) e São Paulo (-89.578).
Para chegar a esses números, os recenseadores perguntaram onde o morador vivia em 31 de julho de 2017, cinco anos antes da data de referência do Censo 2022. Com base nas respostas, foi possível calcular os fluxos migratórios em cada estado.
No caso do Maranhão, a migração tem sido marcada principalmente por saídas em direção a regiões mais dinâmicas economicamente, como o Centro-Oeste e o Sudeste.
Segundo os pesquisadores do IBGE, fatores como crescimento urbano, expansão agrícola e desenvolvimento de polos regionais ajudam a explicar esse padrão de deslocamento.
A migração interna no Brasil, de forma geral, é fortemente concentrada entre os jovens adultos.
Mais de 3,5 milhões de pessoas entre 25 e 29 anos mudaram de cidade no período, o que representa 22,8% do total de migrantes.
As faixas etárias entre 20 e 24 anos (18,5%) e entre 30 e 34 anos (17,5%) também se destacam.
Além do Maranhão, o Distrito Federal também inverteu seu padrão histórico e passou a perder população, principalmente para Goiás, que recebeu quase metade (48,5%) dos moradores que saíram da capital federal.
Já o Pará, que antes figurava entre os estados que mais recebiam migrantes, perdeu cerca de 94 mil pessoas para outras unidades da federação.
Apesar do saldo negativo registrado, o Maranhão continua sendo uma das principais origens de migrantes no Brasil, especialmente em direção a estados em expansão econômica.