Após 28 anos, Maranhão volta a registrar morte de delegado de Polícia Civil em serviço e expõe crise na segurança pública
Em 25 de maio de 1997, o então delegado Stênio Mendonça foi executado a tiros na Avenida Litorânea, em São Luís, por integrantes de uma organização criminosa envolvida com roubo de cargas — grupo que estava sendo investigado por ele à época.

A tragédia reacende o alerta sobre a vulnerabilidade das forças de segurança do estado. A última vez que um delegado de Polícia Civil foi morto no Maranhão foi há 28 anos. Em 25 de maio de 1997, o então delegado Stênio Mendonça foi executado a tiros na Avenida Litorânea, em São Luís, por integrantes de uma organização criminosa envolvida com roubo de cargas — grupo que estava sendo investigado por ele à época.
A morte de Stênio representou um divisor de águas na política de segurança pública do estado. Diante da gravidade do crime, a então governadora Roseana Sarney nomeou o delegado da Polícia Federal Raimundo Cutrim para comandar a Secretaria de Segurança Pública. A gestão de Cutrim ficou marcada por medidas firmes de enfrentamento ao crime, modernização das estruturas policiais, valorização dos agentes e investimentos em inteligência e equipamentos. O resultado foi uma expressiva queda nos índices de criminalidade e o restabelecimento da autoridade das forças de segurança.
O episódio desta quinta-feira, no entanto, sinaliza um perigoso retrocesso. A morte do delegado Márcio Mendes e o ataque a seus colegas de corporação escancaram a crescente audácia da criminalidade e a desvalorização dos agentes da lei, que muitas vezes atuam sob condições precárias e sem o respaldo institucional necessário.
A situação atual da segurança pública no Maranhão tem gerado preocupação e cobranças de todos os lados. Especialistas, autoridades e a própria população exigem providências urgentes diante do recrudescimento da violência, que já não poupa nem mesmo aqueles encarregados de combatê-la.
O caso está sendo investigado, e o Governo do Estado ainda não se pronunciou oficialmente sobre o episódio. A expectativa agora é por uma resposta à altura da gravidade do crime — e por mudanças que restabeleçam a confiança na segurança pública maranhense.