
O assassinato do policial militar Dos Santos, ocorrido no último domingo, 6 de julho, em Trizidela do Vale (MA), segue gerando forte comoção e indignação entre membros da corporação e a população em geral. O crime tem como principal acusado o prefeito do município de Igarapé Grande, o que, segundo denúncias, estaria provocando uma reação de aparente omissão por parte de autoridades estaduais, inclusive do Comando-Geral da Polícia Militar do Maranhão (PMMA) e da cúpula da Segurança Pública.
O silêncio de figuras públicas e institucionais diante do crime, que teve ampla repercussão nas redes sociais, tem sido atribuído a possíveis motivações políticas. O suspeito do homicídio é filho de um atual prefeito e sobrinho de um ex-prefeito com forte influência no cenário político maranhense. A situação levou policiais militares a publicarem uma nota de repúdio, cuja autoria foi atribuída diretamente à tropa da Polícia Militar do Maranhão que está se sentindo indignado.
A seguir, a íntegra da nota atribuída aos policiais militares:
*Nota de Repúdio*
“Você deve achar que esta é uma nota feita pelo Comandante-Geral da Polícia Militar do Maranhão, né?
Se enganou. Esta é uma nota feita pelos policiais, que tiveram a coragem que o comandante não teve.
O preço por se acovardar diante de um fato criminoso, um crime brutal e sangrento contra o policial Dos Santos, é alto. Por causa de ligações políticas, o Comando-Geral se cala, enquanto o corpo do policial esfria e se decompõe. Mas o que não se decompõe é o sentimento de revolta, de indignação e de tristeza por saber que, diante de uma barbárie, aqueles que deveriam ter a honra de defender os seus se escondem atrás de suas mesas e cargos.
O autor do crime não é um prefeito, não! Ele não é um cuidador do povo. Ele é um assassino frio e calculista, como mostram as imagens das câmeras no dia do fato. Um bandido que se esconde atrás de políticos e de servidores simpatizantes.
A Constituição e o Código Penal estão sendo ignorados. Aqueles que sempre pedem ajuda da PM e da Polícia Civil são os mesmos que devolvem um tapa quando deveriam apenas fazer o correto.
Apesar da forte cobrança da sociedade e da corporação, houve apenas uma *nota oficial considerada pálida e sem ênfase*, sem condenações firmes ou compromissos claros com a responsabilização do acusado o que intensificou ainda mais a revolta entre os militares.
Até o momento, o Comando-Geral da PMMA permanece sem pronunciamento público.
A sociedade civil, familiares e colegas da vítima continuam cobrando justiça e providências imediatas. O caso segue sob investigação.
