Diretamente de Lima, no Peru, o Porto do Itaqui recebeu o prêmio da Associação Americana de Autoridades Portuárias (AAPA) Latam 2025, considerado o Oscar dos Portos das Américas. Vencedor da categoria Desenvolvimento do Capital Humano, o porto foi reconhecido pelo programa Jovem Tech, que oferece formação em programação para jovens maranhenses oriundos da rede pública. A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira (25), com a presença representantes dos principais portos da América Latina e reforçou o papel do Itaqui como referência em inovação e responsabilidade social no setor portuário.
A AAPA é uma organização voltada aos interesses dos portos no hemisfério ocidental (Estados Unidos, Canadá, Caribe e América Latina). Assim como o Porto do Itaqui, a Associação entende que o desenvolvimento portuário não é medido somente em infraestrutura, números ou toneladas movimentadas. É importante avaliar o impacto, visão, comprometimento e capacidade de transformar territórios e comunidades.
“Estamos muito felizes em contribuir com a sociedade maranhense por meio do programa Jovem Tech. O prêmio vem para reafirmar a importância de desenvolvermos iniciativas que transformam a vida dos nossos jovens. Hoje, o Porto do Itaqui se consolida como referência em desenvolvimento humano entre as maiores autoridades portuárias da América Latina”, celebrou o gerente de pesquisa, desenvolvimento e inovação do Porto do Itaqui, Gabriel Mateucci Cassia.
Sobre o Jovem Tech
Atualmente em sua segunda edição, o Jovem Tech é direcionado a jovens maranhenses de 18 a 24 anos e oferece uma formação completa em tecnologia, com foco em programação back-end, front-end e ciência de dados (data science). Além da parte técnica, os participantes desenvolvem habilidades comportamentais (soft skills), como inteligência emocional, comunicação eficaz e planejamento de carreira. Durante todo o programa, cada aluno recebe uma bolsa mensal de R$ 1.500,00 para garantir apoio financeiro ao longo da jornada de aprendizado.
Como resultado da primeira edição da iniciativa, mais de 65% dos participantes foram inseridos no mercado de trabalho após concluírem as trilhas de conhecimento. Ao longo da capacitação, os jovens conseguiram impulsionar o seu currículo e chamar a atenção de empresas como Vale, Santos Brasil, Seazone, Pulse, Grupo Mateus e Alura.
“Esse reconhecimento internacional reforça o compromisso do Porto do Itaqui com a transformação social por meio da qualificação profissional em tecnologia voltada ao setor portuário. Também é importante destacar como a colaboração entre instituições públicas e privadas pode gerar inovação com impacto social real. Na segunda edição do Jovem Tech, além do total apoio do Governo do Maranhão, contamos com a parceria do Grupo Mateus, da Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão [Fapema], Suzano, Copi, Terminal de Grãos do Maranhão [Tegram] e Secretaria de Estado da Ciência e Tecnologia [Secti]”, enfatizou Marcel Lopes Santos, diretor de engenharia e manutenção do Porto do Itaqui.
Casos de sucesso
Um dos casos de sucesso da primeira edição do Jovem Tech é Lucas Silva. Atualmente, ele é estagiário de infraestrutura de TI na Santos Brasil. “Eu cheguei ‘cru’ ao Jovem Tech e saí de lá uma pessoa totalmente diferente. O programa me ajudou a superar diversas inseguranças e medos que eu tinha em relação ao meio corporativo, me dando uma visão totalmente diferente da que eu tinha quando entrei. Hoje, trabalho na Santos Brasil como estagiário na equipe de infraestrutura de TI. Muito do que aprendi no Jovem Tech, eu aplico no dia a dia, tanto os conhecimentos técnicos quanto as soft skills. Isso facilitou a minha adaptação ao novo ambiente de trabalho”, explicou Lucas.
Soft skills, ou habilidades comportamentais, são um conjunto de competências relacionadas à forma como uma pessoa interage com o mundo, com outras pessoas e com situações diversas, especialmente no ambiente de trabalho. Diferente das hard skills, que são habilidades técnicas e específicas de uma área, as soft skills são habilidades mais amplas e subjetivas, relacionadas à personalidade, ao comportamento e à capacidade de relacionamento interpessoal.
Quem também soube aproveitar o Jovem Tech foi Daniel Júnior, que conquistou um estágio de nível superior no setor de análise de dados da Vale e conta como o programa ajudou na sua formação. “O Jovem Tech me deu muito aprendizado, tanto no âmbito profissional quanto no pessoal. Cada treinamento, cursos e vivências que tivemos foram muito importantes. Além de todo o conhecimento técnico, também aprendemos soft skills, tais como trabalho em equipe, oratória, comunicação e autoconhecimento, habilidades essenciais para o mercado de trabalho na área da tecnologia”, afirmou Daniel Júnior.
