
O Brasil registrou aumento significativo nos casos de fraude digital em 2024. De acordo com o relatório semestral Global de Tendências de Fraude Omnichannel da TransUnion, 40% dos brasileiros afirmam ter sido alvo de golpes por e-mail, internet, telefone ou mensagens de texto, e 10% disseram ter caído nos esquemas. A perda média entre as vítimas foi de R$ 6.311.
O estudo entrevistou 13.387 pessoas em 18 países e revelou que 29% sofreram prejuízo financeiro com fraudes no último ano — com perdas médias de R$ 10.683. O índice de tentativas suspeitas de fraude digital no Brasil foi de 5,4%, acima da média global, e o país aparece entre os seis com maior incidência, com taxa de 6,1% em transações feitas por consumidores.
O golpe mais comum no Brasil foi o vishing — ligações telefônicas em que criminosos se passam por representantes de empresas legítimas, como bancos e operadoras, para obter dados sensíveis das vítimas, como senhas e CPF. A Geração Z (nascidos entre 1997 e 2010) lidera o ranking de perdas (38%), enquanto os Baby Boomers (1946–1964) são os menos atingidos (11%).
O levantamento também apontou um aumento de 11% nas tentativas de fraude em transações digitais em relação a 2023. A invasão de contas foi o tipo de fraude com maior crescimento (20%), impulsionada pela migração dos golpistas para esquemas que burlam autenticações e exploram falhas de segurança.
As comunidades on-line, como fóruns e aplicativos de relacionamento, registraram a maior taxa de fraude global (12%) — no Brasil, o índice foi ainda mais alto: 15,2%. Segundo a TransUnion, esses ambientes são usados por criminosos para conquistar a confiança das vítimas e aplicar golpes emocionais ou financeiros.
No Brasil, 40% dos entrevistados afirmaram ter desistido de contratar serviços ou realizar compras on-line por não confiarem na proteção dos dados. Globalmente, 48% abandonaram carrinhos de compras por suspeita de fraude, e 51% desistiram de contratar produtos financeiros por motivos relacionados à segurança ou à complexidade do processo.
Para 77% dos entrevistados, a confiança na proteção dos dados pessoais é um fator decisivo na escolha de empresas e plataformas. “Proteger os dados dos consumidores é inegociável”, afirmou Claudio Pasqualin, vice-presidente de Soluções da TransUnion Brasil. Ele destaca que investir em prevenção à fraude deixou de ser apenas proteção: virou diferencial competitivo.