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Brasil lidera número de milionários na América Latina, mas também registra maior desigualdade do mundo

O Brasil ocupa uma posição paradoxal no cenário global: é o país com maior número de milionários em dólares da América Latina, mas também lidera o ranking de desigualdade de riqueza entre os 56 países avaliados no Relatório Global de Riqueza 2025, divulgado nesta semana pelo banco suíço UBS.

Segundo o levantamento, o país contabiliza cerca de 433 mil milionários, ficando na 19ª posição no ranking global, à frente de economias como o México, que tem 399 mil. No entanto, o Brasil aparece empatado com a Rússia como o país com maior concentração de riqueza, com um Índice de Gini de 0,82 — o mais elevado da pesquisa. Para efeito de comparação, o país com menor desigualdade é a Eslováquia, com índice de 0,38.

O Índice de Gini, usado para medir desigualdade, varia de 0 (igualdade total) a 1 (desigualdade extrema). Ao contrário do índice brasileiro divulgado pelo IBGE — que considera apenas a renda domiciliar e apontou uma queda para 0,506 em 2024 —, o UBS leva em conta todo o patrimônio líquido, incluindo bens financeiros, imóveis e veículos, descontando dívidas.

Além do Brasil e da Rússia, países como África do Sul (0,81), Emirados Árabes Unidos (0,81) e Arábia Saudita (0,78) também figuram entre os mais desiguais. No topo do ranking de países com mais milionários estão os Estados Unidos (23,8 milhões), seguidos por China, França e Japão.

Embora a riqueza global tenha crescido 4,6% em 2024, o relatório alerta para a distribuição desigual desse crescimento. Nas Américas, principalmente na América do Norte, o aumento foi impulsionado pela valorização dos mercados e pela estabilidade do dólar. No Brasil, entretanto, o crescimento patrimonial está concentrado em uma minoria, o que reforça a urgência por políticas públicas mais eficazes de redistribuição de renda.

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