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A nova corporação baseada em ideias

Mercados com rápido crescimento e o que realmente faz sentido no mundo de hoje para o do amanhã, incluindo a igreja.

A EVOLUÇÃO DE NOVOS MERCADOS lucrativos em países em desenvolvimento com rápido crescimento está mudando a característica das corporações globais. Já estamos nos acostumando ver, na história econômica, mercados globais genuínos para a produção e o consumo de tudo, desde telefones celulares e produtos farmacêuticos até ferramentas para máquinas e serviços de informação. Esse novo aspecto da globalização amplia a atividade de negócios, produzindo um novo tipo de empresa global.
Imagem meramente ilustrativa | Foto: Divulgação.

A mudança mais óbvia é exatamente quão grandes as corporações se tornaram. A vasta expansão de mercados potenciais e a capacidade das empresas de atender a mercados mundiais enormes e complexos geram uma nova classe de megacorpoações. Há pouco mais de uma década, que foi quando a globalização ganhou proporções alarmantes na escala mundial, 60 países tinham renda nacional ou PIB de US$ 50 bilhões ou mais — 121 empresas globais tinham receitas pelo menos tão grandes, incluindo 30 companhias com receitas excedendo US$ 100 bilhões. — No topo, as receitas combinadas das 10 maiores corporações do mundo (dentre elas Walmart, Exxon Mobil, Royal Dutch Shell e outras) chegaram a US$ 2,436 bilhões. Isso era mais do que a renda nacional de todas as nações, exceto quatro delas, isto é, Estados Unidos, Japão, Alemanha e China).

Somente nos Estados Unidos, a receita combinada das dez maiores corporações era maior do que o PIB de todos os países, exceto seis deles. Não importa essas receitas, pois, de certo, as corporações não têm o poder de países. Mas grande parte dessas receitas gigantescas é paga a trabalhadores e governos e a outros negócios por incontáveis bens e serviços. Portanto, quando as receitas são enormes e o país é razoavelmente pequeno, esse alinhamento, inevitavelmente, gera poder político e social.

Não surpreende o fato de a maioria das corporações advir das economias mais avançadas. Setenta e uma entre as 100 maiores corporações do mundo são dos Estados Unidos, Japão, Alemanha, França e Reino Unido. Por vários motivos, as corporações britânicas e francesas, e, em menor grau, as norte-americanas, estão excessivamente representadas entre as 100 mais importantes, relativamente ao tamanho de sua economia.

As companhias dos Estados Unidos, por exemplo, são mais fortes em produtos farmacêuticos, com cerca de metade de todas as maiores companhias de medicamentos do mundo, e softwares, com todas as quatro maiores do mundo. As fabricantes de computadores dos EUA também dividem o domínio desse mercado com empresas japonesas. As companhias europeias e japonesas representam a maior parcela dos principais fabricantes de automóveis no mundo e as empresas europeias dominam as gigantes de telecomunicações mundiais.

Em síntese, a globalização muda o que significa para uma companhia ser americana, francesa, suíça ou chinesa, mas não da maneira que muitas pessoas pensam. Duas décadas atrás o erudito político Robert Reich atraiu a atenção popular quando pronunciou que o rápido aumento nos investimentos e nas operações estrangeiras de companhias multinacionais separou a tomada de decisão do compromisso de fidelidade dos interesses de seus países e de seus trabalhadores. Tudo para enriquecer um pequeno número de acionistas globais.

Essa é uma formulação sedutora e fácil de alcançar, mas inadequada. Como se pode observar, mais de 70% das pessoas empregadas nas megacompanhias multinacionais dos EUA vivem e trabalham não em postos avançados na Europa ou em nações em desenvolvimento, mas nos Estados Unidos. E, por conseguinte, as parcelas de trabalhadores dessas empresas que ficam no próprio país, na Europa e no Japão são maiores.

Reich também não entendeu corretamente a questão do acionista. Alguns lucros das operações externas certamente vão para os acionistas — mas, novamente, para as multinacionais dos EUA. — Cerca de 40% dos lucros distribuídos para todos os acionistas, americanos e de outras nações, vão para fundos de pensão e contas de aposentadoria mantidos por americanos comuns.

Com a expressão “a nova corporação baseada em ideias” eu quero me referir a várias ideias, dependendo do contexto. Me reporto a um conceito de empresa que prioriza a criatividade e a inovação, ou a um projeto de desenvolvimento que explora o poder das corporações. Isso inclui a instituição igreja. Vejo a igreja de Jesus como corpo espiritual, mas, também, como corpo social.

Uma empresa ou instituição (e aí a igreja está incluída) que se baseia em ideias, em vez de apenas em produtos ou serviços tangíveis, pode ser vista como uma nova forma de corporação. Ela pode se concentrar em soluções criativas, design inovador, ou em desenvolver novas tecnologias.

Empresas que usam ideias como ponto de partida para a criação de produtos e serviços, e não apenas como uma função secundária, também podem ser consideradas uma nova forma de corporação. Mas também posso ver a corporação como uma “pessoa”.

A corporação, como uma entidade legal, tem características de uma pessoa jurídica. O documentário “A Corporação” (The Corporation) explora essa ideia, questionando o tipo de “pessoa” que é a corporação e como isso afeta o seu comportamento.

Enfim, a expressão “a nova corporação baseada em ideias” pode referir-se a uma variedade de conceitos, desde empresas que valorizam a inovação e a criatividade até a crítica ao poder das corporações e sua capacidade de se adaptar às mudanças sociais. Se a igreja de Jesus fosse olhada como uma corporação mundial (e baseada em ideias), ela de fato seria uma comunidade global de poder: poder social, poder estruturante e poder espiritual. A igreja, no entanto, e infelizmente, não tem poder de corpo social estruturante. E até mesmo de poder e autoridade espirituais a igreja está vazia. É preciso, então, rever todos os seus elementos estruturantes para que a igreja do Senhor tenha o poderoso papel de conquista e transformação como projeto de Deus para o mundo.

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