Esse assunto não é um assunto político, como agora tudo parece ser. Ninguém pode discutir problemas reais, que precisam de solução, sem atrair reações negativas e iradas. Mas isso não impede e nem muda a realidade da situação, esta sim, precisando ser resolvida.
O fato é que a conjugação da inflação que ameaça, pela primeira vez há muitos anos chegar a dois dígitos (uma praga que pensávamos extinta no Brasil para sempre com o Plano Real); o descontrole da economia, demonstrado na luta para quebrar o teto de gastos para adicionar programas novos sem analisar e cortar os programas que não deram resultados, mas estão no orçamento (o que leva à subida do dólar, que faz subir o preço dos combustíveis); a crise de energia que, a cada dia, parece mais grave, aumentando como nunca o preço das contas de energia; com o desemprego; a inflação que faz subir o preço dos alimentos a ponto do ministro da Economia do governo conceder entrevista alarmante dizendo a investidores estrangeiros que a crise institucional, alimentada pelo presidente Jair Bolsonaro pode prejudicar a economia do país, trouxeram ao país uma realidade perversa para os mais pobres.
Mas vamos nos ater às nossas condições reais, do que isso tudo está acontecendo. Conversando com uma dona de casa trabalhadora, que ganha o salário mínimo, ela me disse que a vida está insustentável. Mora em uma pequena casa no Itaqui-Bacanga com uma filha desempregada. Paga 400 reais de aluguel e com o aumento desenfreado das contas de energia já não as paga há 5 meses. Com o supermercado e outras despesas, absolutamente indispensáveis, vai todo o dinheiro, acumulando contas a pagar. Se fosse só ela poderia se dar um jeito, mas são milhares que, como ela, vivem da mesma maneira. E o pior: são milhares de desempregados em situação ainda pior. Isso engloba a juventude que fica sem acreditar em uma solução para o seu futuro.
Ela não tem nenhuma bolsa ou auxilio do governo, mesmo porque a fila para o Bolsa Família já passa de um milhão.
E qual é a solução? Não se sabe.
Mas o problema está aí, assombrando milhares de famílias, e o pior, pode aumentar.
O mundo está começando grandes programas de recuperação para as classes mais atingidas pela pandemia. Biden, presidente dos E.U.A., mandou ao Congresso o maior programa da história. Os países europeus também. Precisamos unir governo federal, estaduais e prefeituras para, juntos, darem uma resposta a essa situação que de tão grave não pode ser postergada.
