
O desembargador Gabriel de Oliveira Zéfiro, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), determinou nesta quinta-feira (15) a destituição de Ednaldo Rodrigues da presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).
Para o cargo, o magistrado nomeou como interventor o vice-presidente Fernando Sarney, que ficará responsável por convocar novas eleições “o mais rápido possível”.
A decisão do TJ-RJ ocorre após determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que no último dia 7 encaminhou o caso à Justiça estadual para “apuração imediata e urgente dos fatos narrados nas petições”, embora tenha negado, naquele momento, o afastamento imediato de Ednaldo e a suspensão do acordo que garantiu sua permanência no cargo.
SUSPEITA DE FALSIFICAÇÃO DE ASSINATURA
O centro da crise está em um acordo firmado no início deste ano por cinco dirigentes da CBF. Esse documento pôs fim à ação que questionava o processo eleitoral da entidade e viabilizou a permanência de Ednaldo na presidência, em eleição realizada há pouco mais de um mês.
No entanto, um dos vice-presidentes da entidade, Fernando Sarney, e a deputada federal Daniela do Waguinho (União Brasil-RJ), alegam que a assinatura do Coronel Nunes, ex-presidente da CBF, presente no acordo, foi falsificada.
Um laudo pericial reforça essa suspeita. Se a assinatura for de fato falsa, o acordo perde validade, o que comprometeria todo o processo eleitoral subsequente.
CORONEL NUNES NÃO PRESTOU DEPOIMENTO
Em meio à apuração, o desembargador Gabriel Zéfiro chegou a convocar o Coronel Nunes para prestar depoimento na última segunda-feira (10).
No entanto, o ex-dirigente não compareceu por questões de saúde, segundo seu advogado. Quatro dias depois, o magistrado decidiu pela saída de Ednaldo Rodrigues do cargo.
Esta é a segunda vez que o Tribunal de Justiça do Rio determina a destituição de Ednaldo Rodrigues.
Em dezembro de 2023, ele também havia sido afastado, mas conseguiu retornar à presidência da CBF um mês depois, por decisão de Gilmar Mendes.