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Moradores da comunidade Israel, no Gapara, denunciam generalização e exigem direito de resposta: “Somos trabalhadores, não criminosos”

Cerca de 700 famílias que vivem na comunidade Israel, localizada na ocupação da Estrada do Jacu, região do Gapara (área Itaqui-Bacanga), enfrentam uma dura realidade: a constante ameaça de despejo, a estigmatização por parte de setores da imprensa e declarações alarmantes de autoridades de segurança pública. Os moradores afirmam estar sendo injustamente tratados como criminosos, mesmo sendo, em sua maioria, trabalhadores e pessoas de bem.

A área, anteriormente abandonada e usada para práticas criminosas como desmanche de veículos e tráfico de drogas, passou a ser ocupada por famílias sem acesso à moradia. Muitos dos residentes relatam que não tinham para onde ir e decidiram ocupar o terreno, tentando dar dignidade às suas vidas de forma pacífica.

Estrada do Gapara nas proximidades da invasão Israel

Contudo, em vez de apoio, essas famílias relatam estar sendo criminalizadas. Uma reportagem veiculada na manhã de 28 de abril de 2025 teria retratado os moradores de forma genérica e negativa, o que motivou um pedido formal de direito de resposta por parte da comunidade:

Nota da Comunidade Israel:

“Bom dia. Nós, cidadãos de bem da ocupação Comunidade Israel, queremos o nosso direito de resposta sobre a reportagem exibida nesta manhã de 28 de abril de 2025, que nos retrata, de forma caluniosa, como bandidos e desordeiros. Viemos, por meio desta, esclarecer que somos pais e mães de família, trabalhadores e pessoas honestas. Estamos lutando com ordem, respeitando todas as esferas da lei, mesmo quando somos atacados e caluniados. Solicitamos a presença da imprensa para mostrar quem realmente somos e quais são nossos verdadeiros objetivos nesta luta por moradia digna e respeito.”

A situação se agravou após declarações de um oficial da Polícia Militar sugerirem uma possível “limpeza” na área ocupada, o que foi interpretado pelos moradores como um sinal de truculência contra toda a comunidade — sem distinção entre os cidadãos comuns e aqueles de fato envolvidos com o crime.

O Jornal Itaqui-Bacanga, em sua função social, reitera que é inadmissível tratar toda uma população carente como criminosa. A segurança pública deve agir com equilíbrio, combatendo o crime com firmeza, mas também protegendo os inocentes, garantindo dignidade, direitos e voz a quem vive à margem por falta de opções.

A comunidade Israel pede respeito, visibilidade e políticas públicas. A realidade exige empatia, responsabilidade e compromisso com a verdade.

O jornal seguirá acompanhando os desdobramentos da situação, ouvindo todos os lados e cobrando providências justas do poder público.

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