
O aumento alarmante dos casos de câncer entre jovens tem sido uma preocupação crescente no Brasil e no mundo. Estudos recentes indicam que, entre 1990 e 2019, os casos globais de câncer em pessoas com menos de 50 anos aumentaram 79%, passando de 1,8 milhão para 3,26 milhões. Esse crescimento também é refletido nas taxas de mortalidade, que aumentaram em 28% no mesmo período. No Brasil, essa tendência é observada em diversas faixas etárias, incluindo adolescentes e jovens adultos.
Entre os tipos de câncer mais prevalentes nessa faixa etária estão o câncer de mama, traqueia, pulmão, estômago e intestino. Particularmente, o câncer colorretal tem mostrado um aumento significativo: entre 1999 e 2020, a taxa de diagnóstico em adolescentes de 15 a 19 anos aumentou 333%, enquanto em crianças de 10 a 14 anos, o crescimento foi de 500%. Esse aumento é preocupante, pois esses tipos de câncer eram tradicionalmente mais comuns em pessoas mais velhas.
Especialistas apontam que fatores como obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, dietas ricas em alimentos ultraprocessados e estilos de vida sedentários contribuem para esse aumento. Além disso, mudanças ambientais e exposições precoces a substâncias cancerígenas também podem desempenhar um papel significativo nesse cenário. A combinação desses fatores tem levado a uma “epidemia” de câncer de início precoce em várias partes do mundo, incluindo o Brasil.
Diante desse cenário, a detecção precoce e a conscientização são fundamentais. Muitos desses cânceres são assintomáticos nas fases iniciais, o que dificulta o diagnóstico precoce. Portanto, é essencial que os jovens adotem hábitos de vida saudáveis, como alimentação balanceada, prática regular de atividades físicas e evitem o consumo de substâncias nocivas. Além disso, consultas médicas regulares e a atenção a sinais e sintomas suspeitos podem contribuir para a identificação precoce da doença, aumentando as chances de sucesso no tratamento.