
Postos de combustíveis localizados no Maranhão estão entre os alvos de uma megaoperação nacional que apura um esquema de lavagem de dinheiro estimado em R$ 52 bilhões, supostamente ligado à facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC). A investigação, conduzida por forças de segurança e órgãos de inteligência, revelou a existência de uma rede empresarial usada para movimentar recursos oriundos do crime organizado por meio de empresas de fachada, laranjas e transações fictícias.
Segundo as apurações, parte dessas empresas estaria formalmente registrada como postos de combustíveis em diversos estados, inclusive no Maranhão. O setor, com alto volume de movimentação financeira e fácil manipulação de notas fiscais, teria sido um dos preferidos para ocultar e disfarçar o dinheiro proveniente de atividades ilícitas, como tráfico de drogas e armas.
A operação, que teve repercussão nacional, expõe a complexidade e o nível de sofisticação das organizações criminosas para infiltrar-se em setores econômicos formais. Além do Maranhão, outros estados também estão na mira das investigações, incluindo São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Goiás e Pará.
Ainda de acordo com fontes da investigação, os valores envolvidos chamam atenção não apenas pelo montante, mas também pela estrutura montada para simular operações comerciais legítimas. Empresas ligadas ao ramo de combustíveis, transportes e até serviços diversos estariam servindo como “lavanderias” financeiras do PCC.
As autoridades seguem em sigilo sobre os nomes dos empreendimentos investigados no Maranhão, mas confirmaram que ações já foram realizadas para bloqueio de bens, análise contábil e aprofundamento das conexões entre os postos e os membros da facção.
A operação também contou com apoio da Receita Federal, Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) e do Ministério Público, reforçando a atuação conjunta no combate à lavagem de dinheiro em larga escala.
O caso segue sob investigação, e novos desdobramentos são aguardados nos próximos dias. A expectativa é de que a apuração leve à responsabilização de empresários e colaboradores que, direta ou indiretamente, contribuíram para dar suporte financeiro ao crime organizado no país.