
O rombo é apenas uma pequena demonstração de um vício que já é cultural no Maranhão

EM OPERAÇÃO na terça-feira (30), foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão sobre licitação fraudulenta de empresa contratada pelo município. Dois servidores foram afastados, segundo o Ministério Público, e foi aberto um processo de investigação para apurar todos os fatos. O MP está trabalhando nesse sentido.
A investigação do Ministério Público do Maranhão aponta um desvio de, pelo menos, R$ 4.636.709,32 das contas da Prefeitura de São Luiz Gonzaga, a cerca de 260 km da capital do estado, São Luís. Um dos funcionários afastados é o secretário de Administração do muncípio, segundo o MP.
Na manhã de terça-feira (30), uma operação, chamada “Spectrum” cumpriu 13 mandados judiciais em São Luís Gonzaga, Gonçalves Dias, Bacabal e São Luís e foram apreendidos aparelhos eletrônicos, dinheiro, além de documentos. Também foram bloqueados os mesmos R$ 4,6 milhões das contas bancárias dos investigados.
Dentre os investigados, estão o pregoeiro Rafael Luís Morais e o secretário de administração, Antônio Rafael Nani, que foram afastados das funções. Eles são apontados como os responsáveis por conduzir uma licitação fraudulenta entre a empresa BR Terceirização e Serviços Eireli e a Prefeitura de São Luís Gonzaga.
A empresa era incapaz de atender os serviços contratados, de acordo com o Ministério Público do Maranhão, que também investiga transações suspeitas da Prefeitura de São Luís Gonzaga com outras empresas contratadas, que tiveram a participação de Rafael Luís e Antônio Rafael Nani.
Diante do questionamento sobre os fatos envolvendo a Prefeitura de São Luís Gonzaga e a empresa investigada, a respeito das afirmações do Ministério Público, não houve resposta.
Segundo o GAECO, a empresa BR Terceirização e Serviços Eireli, oficialmente contratada pelo município de São Luís Gonzaga, é incapaz de fornecer os serviços que vendia e realizava transações fraudulentas com outras empresas contratadas pelo município.
Essa é uma prática antiga praticada por gestores municipais e estaduais. Por isso há tanta briga por cargos públicos. Por isso, também, os políticos, na Brasil, entram para a vida pública com “uma mão na frente e outra atrás” (como diz o adágio popular) e, num curto espaço de tempo, logo ficam milionárias, passando a morar em casas luxuosas e a desfilar em carros zeros e caros na frente da população que os elegeu e que, em troca, recebem leis opressoras, desemprego, péssimas políticas públicas nas áreas da saúde, da educação, da assistência social e, enfim, de todos os setores da administração pública.
A empresa BR Terceirização e Serviços Eireli alega que, por ainda estar em fase de investigação, as acusações são baseadas em indícios e que nenhum representante da empresa foi ouvido.
A empresa diz, ainda, que se encontra à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos ou apresentar documentos que comprovem a legalidade das licitações e de contratos administrativos. Todavia, esse é um discurso costumeiro de todos os gestores corruptos, que acabam sendo desmascarados após andamento das investigações.
Os atos corruptos acontecem em todas as secretarias e setores da administração pública. Na compra de material escolar, por exemplo, nenhum vendedor consegue fechar uma venda se não devolver pelo menos 30% do valor da compra para os gestores. De igual modo acontece com os remédios e, finalmente, com todo de compra realizada pelas prefeituras por meio de suas secretarias. Com isso, bilhões e bilhões de reais descem pelo ralo da corrupção e a conta vai direto para bolso do contribuinte.