Mais uma vez, praias da Grande São Luís apresentam trechos impróprios para banho

Apesar de a maioria dos pontos monitorados nas praias da Região Metropolitana de São Luís terem sido considerados próprios para banho, o novo relatório de balneabilidade revela um cenário que está longe de ser satisfatório: seis trechos permanecem contaminados, representando riscos reais à saúde dos banhistas.
A análise, feita entre os dias 25 de agosto e 22 de setembro, avaliou 22 pontos ao longo do litoral. Desses, apenas 16 foram classificados como próprios. A permanência de áreas impróprias, especialmente em praias urbanas de grande movimentação, reforça um problema crônico e mal resolvido: o despejo contínuo de esgoto sem tratamento adequado no mar.
Na Praia da Ponta d’Areia, dois pontos foram considerados impróprios: ao lado do Espigão Costeiro e em frente ao Centro de Atendimento ao Banhista. Situação parecida foi encontrada na Praia de São Marcos, onde quatro trechos distintos também foram reprovados. Entre eles, locais populares como a Praça do Pescador, o posto dos Bombeiros e a área próxima à Praça de Alimentação da Avenida Litorânea.
Essas áreas estão diretamente expostas à ação humana e ao turismo, o que torna ainda mais grave a falta de controle sanitário. A presença de coliformes fecais, sinal claro de contaminação por esgoto doméstico, indica não apenas um descaso com o meio ambiente, mas uma ameaça direta à saúde da população, que muitas vezes não é informada adequadamente sobre os riscos.
Embora parte das praias, como Calhau, Olho d’Água, Praia do Meio e Araçagy, tenham sido classificadas como próprias, a realidade não pode ser mascarada por estatísticas parciais. A cada novo relatório, o problema se repete: contaminação recorrente, ausência de soluções estruturais e negligência com o saneamento básico.
A população, por sua vez, segue exposta, muitas vezes sem saber, ao contato com águas poluídas. Enquanto isso, medidas efetivas de combate à poluição marinha seguem em segundo plano, abafadas por ações pontuais, publicidade institucional e promessas que não saem do papel.