
O momento que vivemos tudo leva a crer que será crucial para a humanidade. Um momento muito delicado porque combina crise climática, transição energética e aumento vertiginoso de consumo de energia, em todo o mundo. A crise climática é muito complexa porque as camadas de efeito estufa estão lá e continuarão lá a menos que sejam retiradas com uso de novas tecnologias que ainda não estão prontas. Não basta apenas diminuir emissões, o que precisam acontecer, mas isso tem que ser feito sem diminuir a segurança energética, senão o mundo para de funcionar. E acontece que neste momento o mundo vive a grande mudança que muda tudo, o momento da inteligência artificial, que veio para ficar, e muitas organizações privadas e públicas já não vivem sem ela. Isso exige enormes datas centers que são vorazes consumidoras de energia. E surgem as centenas nos países mais avançados. Se energia sempre foi fundamental hoje o mundo não funcionaria sem muita energia disponível.
Tudo bem, temos o sol, o vento, para fornecer energia renovável e com ela tudo se resolve por serem abundantes, infindáveis, e essas energias combinadas com água limpa em um eletrolisador, produzem
hidrogênio verde, que é a chamada energia do futuro.
Então qual é o problema?
Em artigo recente Adriano Pires, sócio fundador e diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE), doutor em economia industrial pela Universidade de Paris 13, mestre em planejamento energético da Coppe/UFRJ e economista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e atua há mais de trinta anos na área de energia, escreveu um artigo para o Poder 360 na terça-feira da semana passada, com o título “Vamos Parar de Desinformar a Sociedade” chamando a atenção, com ênfase, que o “investimento exclusivo em energia intermitente coloca em risco segurança energética e impacta nos preços da conta de luz”.
Em seguida chama a atenção de que a chamada sobra de energia no Brasil, é formada por energias intermitentes. Como o consumo de energia se dá em 24 horas, e a noite não tem sol e muitas vezes não temos vento, essa sobra mostra o desequilíbrio na matriz elétrica brasileira, ocasionado por um planejamento que só ficou preocupado em criar políticas e subsídios para as energias intermitentes.
Ou seja, as fontes solar e eólica, que cresceram mais que todas as outras nos últimos anos, não oferecem energia de forma constante, diz Adriano e completa “Não adianta vir com a conversa fiada de que a solução seriam baterias com capacidade suficiente para exercer o papel das térmicas, são muito caras e com isso vão encarecer mais ainda o preço da energia”.
O artigo vai muito mais além do que transcrevi e é importante ler.
Mas, nós que temos projetos importantes que necessitam de energia verde, como siderúrgicas verdes e outros,
nesse caso precisamos de oferta firme de hidrogênio verde, que é produzido em hidrolisadores combinando
água pura com energia renovável, vimos que temos que evitar essa possível intermitência construindo uma
solução que a evite, mas não encareça, o hidrogênio verde que será produzido.
Na quinta-feira passada em nossa reunião semanal com professores de diversas universidades levamos esse
assunto a baila. Precisamos muito encontrar essa solução para dar segurança energética as empresas que agora
com a proximidade da criação de nossa ZPE, com a ajuda do presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento da Industria, Ricardo Capelli, atrairá muitas empresas para cá.
O Maranhão tem tudo para se firmar como um estado viável, um parceiro fundamental na transição energética,
um estado com grande segurança energética, muito competitivo, seja durante a transição energética, com o
dinheiro do petróleo, seja depois fornecendo o hidrogênio mais barato do mundo.
Estamos fazendo tudo para que isso se torne realidade e nosso estado um estado de bem estar social.