
Em uma semana extremamente importante para o futuro do Maranhão, a semana passada trouxe grandes esperanças. Na terça-feira, a Embaixadora da União Europeia Marian Schuegraf e o chefe de Cooperação do Fundo Global Gateway, da União Europeia, Robert Steinlechner estiveram em São Luís em visita ao governador Carlos Brandão e disseram a ele, que o motivo da visita era comunicar que a União Europeia
apoia o projeto da GPM, formado por um terminal portuário profundo em Alcântara, uma ferrovia que liga o
terminal a ferrovia Norte Sul, e um grande projeto de energia. O anuncio tem uma importância histórica pois é
o primeiro financiamento apoiado pela União Europeia no Maranhão, de uma empresa maranhense, apoiado por várias empresas de grande porte da Europa. Além do mais é um projeto muito importante para o Brasil, pois beneficia profundamente um setor que é o maior formador do PIB brasileiro, o agronegócio, do qual o Maranhão tem grande participação.
Hoje o setor paga um alto custo para transportar os seus produtos da porteira da fazenda até os portos utilizando um transporte que pelas distancias envolvidas é totalmente inviável, por trazer custos adicionais aos
produtores. É o que se convencionou apelidar de Custo Brasil. Tanto é que essa matriz de transportes é completamente diferente de todos os países de grande extensão geográfica onde o caminhão é trocado pela ferrovia, que tem custos bem menores.
O projeto é um avanço modernizador com ampla repercussão econômica para um setor decisivo na formação do PIB brasileiro. E, além disso, traz enormes benefícios ao nosso estado.
O Banco Mundial considerou esse projeto como extremamente rentável e enfatizou a urgência que deve
ter a sua execução. É um projeto binacional, privado, de uma empresa maranhense.
Na quarta a embaixadora e o chefe do fundo foram conhecer o local do porto onde foram recebidos com festa pela comunidade quilombola local. Nós na SEDEPE vimos a grande importância econômica transformadora
de nossa economia contida no projeto e desde o início demos grande apoio institucional a ele e estamos muito
esperançosos de que a construção da primeira fase do porto e da ferrovia se deem ainda neste ano, e consideramos uma grande vitória para o desenvolvimento do estado a vinda da embaixadora ao
Maranhão.
Na quarta tivemos uma importantíssima reunião na SEDEPE com Ricardo Capelli, presidente da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, ligada ao Ministério do Desenvolvimento da Industria, Comércio e Serviços, comandado pelo Vice-Presidente Geraldo Alckmin.
Foi uma da s mais importantes reuniões que tivemos neste ano, e o tema central foi centrado na Zona de
Processamento de Exportação do Maranhão, peça chave na industrialização do estado. Com a partição de Helson
Braga, por videoconferência, presidente da Associação Brasileira de ZPEs, mostramos em detalhes a importância
para o Maranhão da nossa ZPE, uma ZPE verde, de baixa emissão de carbono, com grande rentabilidade também
em créditos de carbono, com industrias pesadas dependendo dela para escolher definitivamente o Maranhão, e Capelli, logo viu a importância que tem para o desenvolvimento industrial do estado, da criação de
empregos e atração de investidores, e se prontificou de pronto a ser o parceiro que nos faltava para viabilizar
uma função chave para o nosso desenvolvimento.Parabéns Capelli, muito obrigado, essa parceria vai muito
longe.
E na sexta-feira, tivemos a reunião do Consórcio da Amazônia formado pelos governadores da região, e pela
visita do presidente da Petrobras como convidado pelo governador Brandão ao Fórum Transição Justa e
Segurança Energética, tema da reunião do Consórcio dos Governadores da Amazônia em reunião em São Luís na
sexta-feira feira passada. Antes o presidente da Petrobras Jean Paul Prates, visitou o Porto do Itaqui e a estrutura do Pier Petroleiro, que permite ao Maranhão ser o maior distribuidor de derivados de petróleo para ampla região
brasileira, usando navios menores, trens, caminhões, utilizando a nossa estrutura logística de transportes. Isso traz ao Maranhão ganhos enormes de receita, e é uma estrutura muito importante para o desenvolvimento do
estado. A construção do Pier foi uma prioridade quando fui Ministro dos Transportes e foi construído pela
Portobrás na minha gestão como ministro, que trouxe ganhos estruturais para o Maranhão, um ativo permanente de desenvolvimento.
Na fala inicial do presidente da Petrobras no Fórum, ele enfatizou que a Transição Energética não é uma ruptura,
e que é impossível de ser feita sem o financiamento do petróleo, por isso é uma transição, com avanço desejável
e inevitável das energias renováveis, mas o petróleo ainda é necessário. Quem vai financiar a transição é o petróleo que hoje financia o Fundo Amazônico, pois o Fundo Norueguês, maior colaborador do Fundo
Amazônico, é formado basicamente pela renda do petróleo explorado pela Noruega em alto mar. Mas, isso
tem que ser feito com total respeito ao meio ambiente e as populações locais. A Margem Equatorial será de
grande relevância para a soberania brasileira, pois com o declínio da produção do Pré Sal que já começou, o Brasil cedo terá que comprar petróleo de outros países fornecedores durante a transição, o que iria na
contramão do que todos os países do mundo estão fazendo.
Na bacia de Barreirinhas serão sete ativos exploratórios com gasto de 800 milhões de dólares até 2028, confiantes na avaliação positiva dos investimentos. O conhecimento acumulado é uma garantia do êxito esperado na Bacia Barreirinhas.
O Diretor de Exploração da Petrobrás, Joelson Falcão Mendes, disse que o Brasil precisa de novas reservas para
fazer a Transição Energética senão nós teremos que comprar o petróleo que precisaremos. E a única maneira de fazer isso é com a exploração da Margem Equatorial.
A Petrobrás já perfurou 3000 poços em águas profundas inclusive a 200km da praia de Copacabana sem ter um
único vazamento, e na margem equatorial as correntes que correm a 200 km da costa no sentido Oeste e viram
para leste, por força da vazão do Rio Amazonas para o alto mar, garantem que não há possibilidade de qualquer
vazamento de petróleo chegar ao litoral. Vazamento que nunca houve com a Petrobras.
A Petrobras realiza testes permanentemente e vigia tudo o que acontece no mar, com equipamentos de última
geração. Nada acontecerá sem amplo conhecimento e combate imediato da Petrobras.
Os impactos econômicos da exploração petrolífera na Margem Equatorial Brasileira, foram mostrados pelo
Observatório Nacional da Industria e mesmo sendo conservadores são impactantes para o nosso estado, um
estado carente e pobre. E isso é um legado para futuras gerações. Os nossos desafios socioambientais são grandes entre eles o desenvolvimento sustentável, saneamento básico, qualidade na educação, esgoto, água tratada, distribuição de energia, distribuição de água, impactos na saúde.
Uma simulação levando em conta uma unidade de 1 poço por estado, com produção de 100 mil barris/dia, sendo um poço com participação especial traria 326.049 empregos formais, R$ 65 bilhões de PIB adicionado, R$
3,87 bilhões de tributos indiretos, R$ 4,32 bilhões de Royalties (5%), R$ 1, 58 bilhões participação especial (11%). Assim o Maranhão terá R$ 4 bilhões (10% do FNE).
O Observatório, indica que a exploração da região abre oportunidade de uma nova gestão de rendas petrolíferas, voltada ao atendimento das demandas socioeconômicas e ambientais mais prementes, como: universalização do saneamento básico que está muito abaixo da média nacional; melhora dos indicadores da educação básica; promoção da sociobioeconomia; enfrentamento dos desafios logísticos e de infraestrutura; viabilização da transição energética.
O que poderia ser feito com um Fundo Soberano como o da Noruega, o que defendemos aqui há tempos.
Essa foi realmente uma semana muito especial que trouxe grandes esperanças ao Maranhão. Estamos
totalmente inseridos em tudo isso e portanto voltaremos a tratar desses assuntos, dando conta dos progressos alcançados