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O Maranhão vai precisar de gente preparada

Artigo escrito por José Reinaldo Tavares

O nosso estado tem amplas condições de crescimento sustentável. Mas para isso grandes mudanças acontecerão ainda nesta década. A Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos está muito voltada para essas questões que para nós são fundamentais, mesmo porque é por aí que se dará o desenvolvimento no futuro. E o Maranhão tem condições naturais para se impor como um dos melhores lugares do mundo nessa nova economia.

São três as bases dessa nova economia que promete dar grande rentabilidade para os investidores. Elas são, logística de transportes, energia verde e limpa, e água. Nada pode ser feito sem energia e água pois estão presentes em tudo. E a logística de transportes é fundamental para a lucratividade do negócio, seja ele qual for. Com essa base, uma infinidade de oportunidades de negócios aparecem, tanto para o mercado interno quanto o externo e o desenvolvimento é sustentável e duradouro.

Mas a esse tripé falta acrescentar o capital humano, recursos humanos de alto nível, capazes de tirar o maior proveito disso tudo, beneficiando toda a sociedade. E nesse item estamos em déficit.

Precisamos motivar os jovens para a importância dessas grandes oportunidades que até agora eram ausentes entre nós. Vamos precisar formar os recursos humanos necessários, mas também reciclar muitos já formados para melhor enquadramento deles na nova economia. Não é um trabalho fácil de fazer, mas o governo federal está anunciando um grande projeto nessa área, voltado ao ensino médio, com ajuda mensal e uma poupança que o aluno só poderá usar quando terminar o ensino médio, programa voltado para os inscritos no Bolsa Família. Um grande passo adiante. Mas os alunos pobres também estão em universidades e precisam de ajudas semelhantes para poderem aproveitar a oportunidade que estão tendo e se tornarem bons profissionais.

Não estamos sozinhos nisso. Fizemos uma primeira reunião muito exitosa e concorrida na Fiema, onde debatemos o assunto. Temos que marchar juntos, o governo sozinho não vai conseguir resolver e para isso o Sistema Fiema, o Sistema S, as universidades e Institutos, a Fapema, o Crea, e as empresas precisam trabalhar juntos nesse sentido. Fazendo assim, progrediremos. O mundo nos próximos 5 anos, será muito diferente do atual, também em termos econômicos, e nossa chance está exatamente aí.

Um profissional e empresário com grande experiência mundial, muitoatuante no mercado global viu que a indústria da construção no Brasil está em recessão desde 2014. Agora o setor é muito fragmentado e mal
financiado e os maiores players são incapazes de executar através da falta de recursos, trabalhadores e finanças. Como exemplo, a Odebrecht, a maior construtora da América Latina, tinha 200 mil trabalhadores em 2014, agora tem 8.000. As empresas japonesas que se estabeleceram, há décadas atrás no Brasil, estão desistindo dos seus negócios devido à falta de lucratividade. Este é um problema nacional que vai reter o ritmo de desenvolvimento econômico e social no Brasil e precisa de intervenção federal. Como consequência, em nível estadual, o Maranhão precisará competir com todos os outros por talentos em um mercado muito limitado. Atrair trabalhadores migrantes poderá ser necessário, diz ele, acertadamente.

Nós poderemos passar direto para usar as novas tecnologias como a AI, AGI, Robótica, Computação Quântica e outros ou teremos que ir antes para uma fase intermediária? Um porto europeu moderno hoje funciona quase sem trabalhadores no cais e carregam e descarregam navios com grande rapidez. Uma colheitadeira moderna ou outro implemento hoje usado pelo agronegócio, não precisa de operadores na máquina, por exemplo, drones fazem o papel que muitos antes faziam, só que com mais rapidez e economia. Logo, mais rápido do que se pensa mudará a natureza do trabalho para todos. Quantos antes discutirmos isso e nos planejarmos, melhor pois o planejamento inteligente agora produzirá melhores resultados.

A vinda de uma Senai Cimatec para cá deixou de ser um sonho para ser premente. É um Instituto de tecnologia de alto nível para a indústria e o Senai está nos ajudando e orientando nessa tarefa.

O vetor central do nosso desenvolvimento, o nosso maior trunfo, é a logística, agora e também no futuro, com a aprovação de um novo porto muito profundo o Terminal Portuário de Alcântara e sua ligação a Ferrovia
Norte Sul e a todo o Sistema Ferroviário Nacional, que fará toda a diferença na atração do desenvolvimento econômico. Assim como as energias renováveis, biomassa, hidrogênio verde, amônia verde, produtos industrializados verdes para consumo interno e exportação, fertilizantes, alimentos, descarbonização, créditos de carbono, e água abundante fazem enorme diferença a nosso favor.

Na questão dos recursos humanos não estamos sozinhos nessa corrida. Todo o mundo está nessa mesma corrida, já que essas mudanças serão muito profundas, exigindo um esforço emergencial coordenado, que só
será obtido com parcerias. O programa das Casa de Esperanças se adequa inteiramente nesses objetivos e é um tremendo e completo programa inclusivo, para não deixar os pobres de fora e diminuir a gritante desigualdade social.

Essa é nossa prioridade face as reais possibilidades de rápido desenvolvimento, todo ele sustentável, agregador e integrador. Para nós não há dúvidas que a nossa hora de crescer e desenvolver chegou. Mas não podemos fazer um voo de galinha como no passado quando tivemos grandes oportunidades como a que aconteceu no ciclo econômico do algodão, que depois de poucos anos, por falta de planejamento estratégico, perdeu o vigor e acabou.

Aprendemos a lição e faremos diferente. Estamos planejando o discutindo o Maranhão desde 2018, com o grupo “Pensar o Maranhão” da Fiema. Hoje continuamos a planejar no governo junto ao sistema Fiema, a Academia, portos, e procurando tirar o maior proveito das nossas condições naturais junto a nova economia com a mudança completa da matriz energética e da enorme diferença que isso nos dá. Nossas vantagens na logística, sobressaem a Baia de São Marcos e a Ferrovia Norte Sul, espinha dorsal da matriz de transporte ferroviário no Brasil, como mostrou o Banco Mundial.

Nesse trabalho teremos que fazer com que as universidades, públicas e privadas, se integrem firmemente as nossas necessidades de mudança na preparação de pessoal de nível superior face as mudanças na agenda
global. Todos no Brasil estão fazendo isso, é uma verdadeira corrida e não podemos ficar de fora, logo nós que temos tanto para crescer.

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