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Prefeitura de Alcântara realiza oficina de fortalecimento da política nacional de saúde integral do homem

Profissionais dizem que população masculina ainda tem dificuldade de buscar ajuda médica para cuidar da própria saúde

A Prefeitura Municipal de Alcântara, no Maranhão, por meio da Secretaria Municipal de Saúde  (SEMUS), realizou, nesta terça-feira (25), a Oficina Estadual de Fortalecimento da Política Nacional de Saúde Integral do Homem.
O evento aconteceu na Escola John Kennedy, localizada na rua do Sol, no centro da cidade. A oficina contou com a participação dos médicos do Ministério da Saúde (MS), Julianna Miwai Takarabe e Rafael Magalhães, ambos da coordenação do homem do Ministério da Saúde.
Também esteve presente José Ribamar Patrício, da Secretaria de Estado da Saúde, que coordenou o debate, como referência técnica para a saúde.
Conforme explicou Zulmira Castro, secretária de Saúde de Alcântara, a oficina foi uma iniciativa da Secretaria de Estado da Saúde do Maranhão, com apoio do governo federal, e parceria com a Secretaria de Saúde de Alcântara.
José Patrício, Dr. Rafael, Zulmira e Dra. Julianna.
“A saúde do homem no município de Alcântara, em nossa gestão, terá sempre um olha mais holístico, visto que 51,49% de nossa população é do sexo masculino, segundo o último censo do IBGE. A política para a saúde integral do homem alcantarense nunca foi trabalhada em outras gestões. Devemos nos preocupar com isso, porque o nosso perfil epidemiológico evidencia doenças que acometem o homem como hipertensão e diabetes, por exemplo, que, evoluindo, podem levar a maiores complicações na saúde, como amputação de membros, problemas cardíacos e renais”, destaca a secretária.
Ela diz, ainda, que não se pode esquecer o câncer de próstata, que, por conta do preconceito, ou mesmo vergonha, levam o homem a ter resistência em procurar as unidades de saúde do município.

Para ela, é necessário que sejam trabalhadas as políticas públicas de maneira efetiva para reduzir o número de casos, com ações preventivas nas 11 equipes do PSF de Alcântara e, em parceria com os governos do estado e federal, seja possível alcançar grande êxito nessa área.
O médico Henderson Fontes de Sousa, que integra a equipe da Secretaria de Saúde de Alcântara, disse que é importante que o homem faça sempre um diagnóstico precoce, tendo a consciência de que ele precisa superar tabus e fazer o exame de toque, uma vez que isto é fundamental para prevenir o câncer de próstata. “É importante, também, fazer anamnese para que se tenha uma avaliação melhor sobre a saúde”, ponderou o profissional.
Durante a sua fala, o médico Rafael Magalhães abordou a importância do agente comunitária de saude, no que diz respeito à buscativa junto à comunidade por homens que, quase sempre, ainda se omitem buscar cuidado pela própria saúde. O médico explica que o agente comunitário de saúde é o profissional responsável por realizar visitas domiciliares, ouvir os relatos da comunidade, identificar os problemas e agravos de saúde das pessoas e informar a demanda da população à equipe da secretaria de saúde do município.
“Na verdade, o agente comunitário de saúde se destaca pela sua capacidade de se comunicar com as pessoas e, também, pela liderança natural que ele exerce na sua atividade junto à população”, diz Rafael.
Mas os homens, diferente do que ocorre com as mulheres, ainda sentem vergonha de buscar fazer, por exemplo, um exame de próstata e outras coisas simples, mas que são fundamentais para a saúde interativa masculina.
Enquanto o médico falava, um senhor identificado como Seu Domingos, 66 anos de idade e 25 de funcionário público municipal — que, inclusive, é deficiente visual — reclamou sobre a dificuldade que enfrenta para obter assistência médica e também para se aposentar. “Eu não tenho mais condições de me deslocar daqui para São Luís, para procurar ajuda médica”, disse ele.
A médica Juliana Takarabe, por sua vez, ventilou a questão do gênero no âmbito do cuidado com a saúde,  do acolhimento e tudo isso no que concerne ao “cuidar” no ambiente familiar. Para ela, a mulher sempre é mais cuidadosa em relação à família, enquanto o homem está mais preocupado com outras questões, como provisão e proteção.

“Embora, nos últimos anos, tenha melhorado a procura dos homens pela saúde, eles ainda estão bem atrás das mulheres em termos de saúde. É preciso que se faça um trabalho de conscientização junto à população masculina sobre a importância de praticar hábitos saudáveis. Mas, geralmente, o homem só busca ajuda médica quando o problema já se instalou”, diz a médica.
População masculina ainda tem dificuldade de procurar ajuda médica para cuidar da saúde.
Na perspectiva do governo federal, a política nacional de atenção integral da saúde do homem tem como diretriz promover ações de saúde que contribuam, de maneira significativa, para a compreensão da realidade singular masculina nos seus diversos contextos socioculturais e político-econômico, respeitando os diferentes níveis de desenvolvimento e organização dos sistemas locais de saúde e tipos de gestão de estados e municípios.
A partir dessa política, vêm sendo discutidos cinco eixos temáticos sobre a saúde integral do homem, que são “acesso e acolhimento”, “saúde sexual e saúde reprodutiva”, “paternidade e cuidado”, “doenças prevalentes na população masculina” e “prevenção de violências e acidentes”.
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