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O que Seremos em 2050 depende de hoje

Artigo de José Reinaldo Tavares

A data de 2050 é muito especial. É a data escolhida pelos cientistas para que o mundo mude a matriz energética baseada em combustível fóssil, como gasolina, diesel, querosene, carvão mineral, óleos pesados, e outros, que são grandes emissores de gases de efeito estufa, para uma nova matriz energética limpa como o hidrogênio verde obtido pela eletrólise da água usando energia renovável, energia limpa que não emite gases de efeito estufa, nem em sua obtenção e nem em seu uso, energia que por isso mesmo foi escolhida como a energia do futuro, para ser usada pela indústria, pelo sistema de transporte, por equipamentos pesados e também como energia elétrica domiciliar e como uso geral. É a nova era da descarbonização do planeta.

Portanto, 2050, pelas circunstâncias enunciadas, é uma data importantíssima para a humanidade, tudo isso para evitar que a temperatura atmosférica continue a subir e cause catástrofes climáticas incontroláveis. Mas isso, não acontecerá de repente em 2050, teremos que começar agora, senão em 2050 não estaremos prontos.

Pois bem, vem a pergunta: o que seremos em 2050, nós, Maranhão?

O que seremos em 2050 depende muito da atual geração, da ação dos atuais governantes, do que fizermos agora, pois temos que começar agora a preparar o Maranhão do futuro.

Eu, na verdade, acredito que nunca tivemos uma oportunidade de desenvolvimento econômico como temos agora. As nossas condições naturais são casadas com as necessidades do mundo, seja na energia verde e limpa, na descarbonização da atmosfera, na produção de alimentos, e na logística de transportes para exportação. É evidente que isso está ao nosso alcance, mas nada acontece sem trabalho e foco. Hoje a SEDEPE, Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Programas Estratégicos do Estado, está fazendo a sua parte em todos esses
assuntos. Nessas áreas muito importantes o Maranhão chegará a 2050 adaptado aos novos tempos e em posição privilegiada.

Mas, a despeito disso, temos grandes problemas a vencer. A desigualdade econômica e social e a pobreza, tem sido viés de alta no estado, mesmo com os esforços empreendidos por governos seguidos.
O último número da Pnad contínua mostrava claramente isso. O número de famílias pobres chegou a 57% do total das famílias. Nessa proporção a pobreza não vai parar de crescer se não forem contida as
causas que geram esse crescimento.

E o Maranhão precisa resolver esse problema dentro das famílias pobres, não de cima para baixo, não com assistência social e sim com medidas sustentáveis como ensina o professor James Heckman, Chefe do Departamento de Economia da Universidade de Chicago, Professor Titular de Economia da universidade, Doutor em Desenvolvimento Humano e ganhador do Prêmio Nobel de Economia por seu trabalho.

Ele mostrou na prática, em diversos estados americanos, a validade de seus estudos e trabalhos, tirando da pobreza centenas de jovens que mudaram totalmente sua vida e da sua família com os estudos de Heckman. Os resultados mostram isso, tanto na melhoria do desempenho acadêmico, no aumento da empregabilidade e renda, na redução da criminalidade e na melhoria da saúde e bem-estar. Um sucesso inquestionável.

Ele veio ao Brasil, há alguns anos atrás, e proferiu uma palestra que teve ampla repercussão com o título “Porque investir em crianças de zero a seis anos, muda o País”. E afirma que o investimento de maior retorno financeiro que um estado pode fazer é investir no desenvolvimento das crianças pobres de zero a seis anos. Cada dólar
investido nas crianças dá um retorno de 17 centavos de dólar em cada ano de vida dessa pessoa. Nada traz mais retorno financeiro do que esse investimento, garante ele.

Baseado nos ensinamentos de James Heckman, nós estamos com um projeto completo, capaz de atingir os melhores resultados dos ensinamentos do professor. É o programa Casas de Esperanças. Esse é um programa fundamental para combater a desigualdade social, que só pode ser combatida com projetos que levem ao desenvolvimento econômico, um projeto que pelo seu alcance é muito maior e muito diferente de um programa de assistência social, ou de uma creche, ou mesmo de educação infantil. Então o que é?

É um programa estratégico, de desenvolvimento de capital humano, fundamental ao desenvolvimento econômico sustentável do estado.

Nós precisamos formar capital humano, uma grande lacuna que prejudica enormemente o estado. E sem isso o desenvolvimento econômico não é sustentável, é efêmero. A historia do nosso passado mostra muito bem isso, se quiserem conhecer melhor o que falo, leiam o livro A Falência do Ilusório, de Joaquim Itapary a venda na Academia Maranhense de Letras, que retrata o que aconteceu no ciclo do algodão no estado, em que toda a riqueza se perdeu por falta de capital humano.

Assim a nossa secretaria que tem em seu título Secretaria de Desenvolvimento Econômico e de Programas Estratégicos colocou como prioridade absoluta pelos motivos apontados acima esse projeto.
Esse é na verdade o maior projeto de desenvolvimento econômico em desenvolvimento no estado.

E tem que cumprir exatamente, sem nenhum desvio, os ensinamentos de Heckman, pois pretendemos chamá-lo quando o nosso projeto piloto estiver funcionando no Gapara, para perguntar a ele se o projeto atende aos seus ensinamentos. Se ele disser que sim, e creio que vai dizer isso, abre um leque enorme de grandes fundações internacionais que combatem a pobreza e a desigualdade a quem poderemos fazer
parcerias e ajuda se necessário.

Mas, para ter efeito expressivo, precisamos começar agora. Não poderemos mais perder tempo com projetos sem o foco necessário.

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