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Oligarca Brandão no meio da roubalheira

A prisão em flagrante do presidente da CONAFER, Carlos Roberto Ferreira Lopes, no âmbito da CPI do INSS, provocou mais que choque político: revelou o constrangimento de um governo cujos tentáculos se estendem além dos palácios. Em poucas horas, matérias oficiais que divulgavam contratos firmados entre Brandão, o coroné do Maranhão, e a entidade comandada por Lopes teriam sido apagadas, como se o registro do pacto pudesse comprometer a narrativa oficial.

Os documentos oficiais louvavam a aliança entre o oligarca Brandão e a CONAFER, celebrando convênios destinados à agricultura familiar, pecuária e até programas previdenciários. Mas, diante da repercussão negativa, essa “parceria” virou pedra no sapato – e tratada como mancha a ser removida. De acordo com registros públicos, o governo do Maranhão assinou, em fevereiro de 2024, acordo técnico com a CONAFER, em Brasília, para implantar projetos produtivos no estado, com elogios públicos do coroné Brandão à “ação extraordinária” da entidade. A contrapartida, é claro, ficou em silêncio quando estourou o escândalo.

No discurso oficial, o governador e seus aliados defendem que a cooperação beneficiava pequenos agricultores – proposta louvável, se não fosse suspeita de operar como fachada para movimentações financeiras questionáveis. O presidente do Iterma, braço estadual responsável pelos convênios rurais, reforçou recentemente que a entidade teria “aval” para atuar em ações previdenciárias dentro do Maranhão, o que despertou o alerta dos críticos: como uma confederação nacional poderia manipular benefícios estaduais sem clara transparência ou fiscalização?

Investigadores preliminares estimam que os contratos firmados entre o estado e a CONAFER no Maranhão podem ultrapassar R$ 100 milhões. A bola da vez é: quais entidades realmente prestaram esses serviços? Parte dos recursos pode ter sido desviado, alimentando uma teia de favorecimento político e laranja contábil. No momento em que Lopes foi preso sob acusação de falso testemunho, o pano de fundo dessa rede mostra-se pesado e denso.

O mais inquietante é que a ordem de apagar as matérias oficiais veio de imediato. O aparelhamento da máquina pública para silenciar denúncias reitera o velho modus operandi do coronelismo moderno: comandar contratos, gerenciar narrativas e controlar o acesso à verdade. Resta agora à Polícia Federal, ao Ministério Público e à sociedade exigir respostas concretas. Pois não se combate desvio de recursos públicos com apagão informativo, e o Maranhão exige luz, não sombra.

E tudo que envolve falcatrua, suspeita de corrupção, desvio de dinheiro público e escândalo, lá está o nome do oligarca Brandão no meio. Não por acaso, essa roubalheira da CONAFER, que agora estoura nacionalmente, também leva o DNA do governo estadual. A participação, direta ou indireta, será confirmada pelas autoridades. O que resta ao povo maranhense é cobrar justiça e romper, de uma vez por todas, com o ciclo de escândalos que assombra o estado.

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