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O mundo nos olha, enquanto o Brasil faz que olha

Artigo escrito por José Reinaldo Tavares

O Brasil sempre foi um país dominado pelos estados do Sul e Sudeste. Mais populosos e mais ricos sempre nos olharam marginalmente. A nós são destinados as sobras e programas de auxílio. Sempre concentramos a pobreza e só somos fortes em crescimento populacional. Lá são feitas as leis e criados os monopólios e esse poder faz com que levem a maior parte do orçamento da nação. 

A grande maioria dos presidentes brasileiros nasceu na região que a anos domina o país. Havia até uma dominação natural, chamada de política café com leite, ou seja ora o presidente era mineiro ora paulista. E quando surgia um, que por desígnio do destino chegava ao poder, como José Sarney, se tentasse fazer alguma coisa que pudesse dar força a outras regiões como aconteceu com a Ferrovia Norte Sul, era combatido e a obra era apelidada de ferrovia do nada a coisa nenhuma. Não sei se éramos o nada ou o coisa nenhuma. Ou os dois. E juntou São Paulo e sua indústria de caminhões a países estrangeiros que viram, com temor, o que seria competir no mercado de grãos com um Brasil competitivo em logística de transportes. 

E a FNS hoje é fundamental ao crescimento brasileiro, é a espinha dorsal do transporte competitivo que viabiliza a produção de várias regiões. Mas, levou cerca de 35 anos para ficar pronta, ainda em sua versão embrionária, pois é uma obra iniciada em 1988 e sua conclusão está prometida para junho deste ano. Mas a FNS fez renascer o sistema ferroviário do Brasil, pois as ferrovias que ligam regiões a ela, como uma espinha dorsal, algum as delas já estão em construção, como a Ferrovia de Integração do Centro Oeste (FICO) em Mato Grosso, a Ferrovia de Integração Oeste Leste (FIOL) na Bahia, e já autorizada a Ferrovia que liga a FNS a Balsas em seu primeiro estágio.

O simples fato de sua existência já traz grandes benefícios ao Brasil, que vão além do sistema ferroviário. Adiante vou falar sobre isso.

E a chamada elite brasileira do sul e sudeste brasileiro, fazem questão de não olhar e nem se interessar pelas excepcionais vantagens que o Maranhão tem em logística de transporte comparável as melhores e mais rentáveis do mundo. E mais grave, ninguém tem, estado nenhum, nada igual no Brasil. 

Embora a “elite” brasileira, não queira olhar, os estrangeiros já enxergaram isso muito bem. Os portugueses da GPM, hoje naturalizados brasileiros, por exemplo, enxergaram tudo isso e engenheiros competentes e experientes, conhecedores do Brasil e do mundo, pois estiveram antes de decidir pelo Maranhão em vários estados brasileiros e em outros continentes, e acharam aqui, na Baia de São Marcos, o que estavam procurando. Um local excepcional para construir um porto que sem dúvidas formará com os portos do Itaqui, Terminal da Ponta da Madeira, porto da Alumar e possivelmente o Porto São Luís, que passa por mudanças acionárias, um gigantesco complexo portuário, que será tão importante como o Porto de Santos foi para a economia do Brasil.

O mundo olha para nós, enquanto o Brasil, faz que olha. E a maior prova disso é o olhar perspicaz que o colosso chinês nos deu, mesmo sem nenhuma participação nossa. Ele viram que uma imensa parte do Brasil, exatamente a que está segurando o PIB brasileiro, que hoje produz mais grãos do que o restante do Brasil, uma imensa região com potencial de grande crescimento, era o ideal para eles. E escolheram São Luís, como a melhor porta de entrada para seus produtos no Brasil, para a região que está crescendo. E nós nem sabíamos desses estudos. O Brasil não nos vê, mais o mundo nos vê.

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