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Mexicana denuncia abuso sexual no Catar e é condenada a 100 chicotadas e sete anos de prisão
Paola Schietekat fotografou os hematomas e denunciou o agressor, mas acabou sendo acusada de manter um 'caso extraconjugal' com ele

Segundo a Forbes México, Paola relatou que o homem invadiu o seu quarto e a abusou sexualmente em 6 de junho de 2021. No dia seguinte, ela registrou o crime à polícia acompanhada da embaixadora do México no Catar, Graciela Gómez, e do então cônsul Luís Alberto Ancona. A economista levou fotografias de hematomas nos braços, ombros e costas.
“Quando perguntado se eu queria uma ordem de restrição, não fazer nada ou ir para a última instância, eu congelei, em choque. Por medo e falta de sono, e me virei para ver o cônsul, que recomendou que eu fosse ao último recurso “, detalhou Paola no texto intitulado “Um mundo que parece odiar as mulheres”.
Poucas horas após prestar depoimento, ela recebeu um telefonema dos órgãos de justiça a orientando a procurar uma delegacia. Contudo, ao chegar na unidade, Paola passou de vítima de violência a culpada de ter um caso extraconjugal.
O advogado da mexicana apresentou como solução que a cliente se casasse com o agressor e usasse túnica para parecer uma “mulher de bons costumes”. Paola recusou essas orientações, foi condenada e só conseguiu retornar ao México com o apoio do Comitê Supremo. Já o homem foi absolvido de todas as acusações.
Na última sexta-feira (18), Paola se encontrou com o secretário de Relações Exteriores do México, Marcelo Ebrard, que garantiu a atuação de um consultor jurídico para defendê-la.
“Agradeci a Paola pela visita e pela conversa. A Consultora Jurídica da SRE, nossa melhor advogada, se encarregará de defendê-la e garantir que todos os seus direitos como cidadã mexicana sejam respeitados. Reconheci sua coragem e determinação”.