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Polícia

Arma usada por PM do Maranhão para matar cabo do PI foi utilizada em outros dois assassinatos

Em laudo pericial, a Polícia Técnico-Científica do Piauí concluiu que a pistola do
soldado Francisco Ribeiro dos Santos, da Polícia Militar do Maranhão, também foi
utilizada em outros dois assassinatos, ocorridos em Teresina, capital piauiense. O
militar foi indiciado, recentemente, pela morte do cabo Samuel de Sousa Borges, fato
ocorrido no dia 31 de janeiro deste ano.

Conforme revelado pelos peritos criminais, esses dois homicídios dolosos aconteceram
no bairro Pedra Mole, zona leste de Teresina. Esses assassinatos, investigados pelo
Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ocorreram nas imediações
de um depósito de gás, que pertence ao policial militar do Maranhão. Em exames de
microcomparação balística, ficou constatado que os projéteis que atingiram as vítimas
partiram da mesma pistola do soldado Francisco.

Indiciamento pela morte do cabo no Piauí

O policial militar do Maranhão Francisco foi indiciado no mês passado pelo
assassinato do policial militar do Piauí Samuel de Sousa Borges. O inquérito foi
remetido no dia 8 à Justiça, sendo que a vítima filmou toda a ação. De acordo com o
delegado Francisco Costa, o Barêtta, titular DHPP, diferentemente do que foi
divulgado na data do crime, o assassinato não ocorreu devido a uma discussão no
trânsito.
Na verdade, aconteceu em uma abordagem feita pelo policial do Piauí ao policial do
Maranhão, pois este trafegava em uma motocicleta sem placa e portando duas armas
de fogo, sendo uma delas um revólver calibre 38. O delegado contou que o cabo

Samuel decidiu abordar o soldado Francisco Ribeiro em um semáforo, na Avenida
Presidente Kennedy, em Teresina. O autor do homicídio estava com um volume
estranho na cintura e esse fato levantou desconfiança da vítima, ainda mais porque o
maranhense estava em uma moto sem placa.

Leia também:

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O PM do Maranhão, ao notar que o outro o observava, perguntou, com rispidez: “O
que é que tu quer?”. Em seguida, sem esperar a resposta, acelerou o veículo. Mas o
cabo o seguiu e o encontrou novamente na Rua Cândido Ferraz, sendo que alguns
seguranças intervieram, pois os dois se estranharam. Depois que o autor levantou a
camisa e exibiu as duas armas de fogo, Samuel, conforme o delegado da DHPP, avisou
que iria levá-lo à Corregedoria. Nesse instante, retirou a chave da motocicleta do
interlocutor do contato. Toda essa cena foi filmada, do celular, pela vítima.

Incomodado por estar sendo filmado, o PM do Maranhão, teria dito: "Se tu continuar
me filmando, eu vou te matar”. Assim que Samuel se afastou, Francisco desferiu o
primeiro tiro, que atingiu o cabo. Outros dois disparos foram efetuados pelo autor,
sendo que o crime foi praticado na frente do filho da vítima, de apenas 8 anos. O
soldado ainda foi espancado por pessoas que presenciaram a cena e depois levado por
militares ao hospital.

O militar maranhense foi autuado em flagrante por homicídio e porte ilegal de arma de
fogo, tendo sido conduzido à Penitenciária de Campo Maior, no Piauí. Antes, soldado
foi levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT), onde foi submetido a uma
cirurgia no maxilar devido à surra que levou de populares quando matou o cabo
Samuel. O juiz Washington Luiz Gonçalves homologou o flagrante e converteu em
prisão preventiva.

Na audiência de custódia, Francisco permaneceu calado e apenas respondeu algumas
perguntas com movimentos de cabeça para sinalizar que não ou sim, segundo o
advogado do militar. O soldado já responde a processo por conduta ilegal em
abordagem, pois foi filmado agredindo um homem em uma revista policial.

O inquérito: o inquérito policial, segundo o delegado Barêtta, foi concluído no dia 7
de fevereiro e encaminhado para a Central de Inquéritos do Tribunal de Justiça do
Piauí, para que seja remetido a uma Vara do Tribunal do Júri. A peça contém 135
páginas e contém provas testemunhais e materiais, sendo que foi confeccionada pelo
delegado Danúbio Dias, também da DHPP.

O policial Francisco, lotado no 11º Batalhão de Polícia Militar (BPM) de Timon, foi
indiciado por porte ilegal de arma de fogo (em virtude da apreensão do revólver) e
homicídio qualificado por motivo fútil, que ocorre quando há desproporção entre o
motivo e o resultado-morte.

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