
O empresário e diretor de cinema Jayme Monjardim foi o convidado para a última reunião de 2021 do Grupo de Trabalho “Pensar o Maranhão”, da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema), coordenado pelo vice-presidente executivo da entidade, Luiz Fernando Renner, nesta segunda-feira (13). Monjardim integra a WOGI, organização internacional da indústria do bem, que conecta pessoas de diferentes segmentos para fomentar o terceiro setor e gerar transformação social.
A WOGI desenvolve um projeto em parceria com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), chamado “Uso do babaçu em alimentação orgânica no interior do Maranhão”. A Fundação Antônio Dino também é parceira da organização.
Monjardim falou do seu projeto de criar, por incentivo da maranhense Nélia Rodrigues, com quem trabalha há anos, uma fazenda sustentável, com investimentos em pesquisa e inovação, na região de Palmeirândia, visando à exploração de terras nativas, investimento local e produção, no que se refere ao coco babaçu. Em sua explanação, o empresário e diretor de cinema se mostrou admirado pelas inúmeras riquezas encontradas na região, além dos pontos turísticos e a culinária local.
“O Maranhão foi uma surpresa para mim. Eu sempre tinha uma imagem do Maranhão pelos Lençóis, no tempo que fiz a novela O Clone. E não tive a oportunidade de ver as demais regiões e conhecer o babaçu. A gente tem que reconhecer que o mundo mudou. Ao conhecer o babaçu, e a pandemia fez com que algumas coisas se adiantassem, novas formas de pensar o próximo, fez com que a gente tivesse um estilo diferente de olhar. Entrei num processo que posso mudar as coisas. Essa relação com o social e poder fazer algo diferente me movimenta. Estou montando essa indústria do bem e outros projetos que trabalham nessa linha”, destacou Jayme.

Babaçu – Para Nélia Rodrigues, o babaçu é o ouro do Maranhão. “Podemos tirar tudo dele. A nossa ideia é desenvolver um projeto sustentável que seja viável financeiramente, socialmente e ambientalmente. Podemos trabalhar a responsabilidade social mudando a vida das quebradeiras de coco e exportando esse produto que pode ser usado das mais diversas formas. Desde a casca do fruto, as amêndoas do babaçu.
Como ela destaca, tudo se aproveita da palmeira. “As fibras das folhas são utilizadas para produzir cestos, peneiras, esteiras e outros produtos artesanais; seu estipe é utilizado na marcenaria e, algumas vezes, como adubo natural; é possível ainda se extrair o palmito e, do caule da palmeira jovem; as amêndoas verdes ainda fornecem um leite com propriedades nutritivas semelhantes ao leite humano e bastante utilizado na culinária. Do mesocarpo é extraída uma farinha, também chamada pó de babaçu, muito nutritiva, usada como complemento alimentar e para fazer bolos e mingau”, acrescenta.
O vice-presidente executivo da Fiema e coordenador do GT Pensar o Maranhão, Luiz Fernando Renner, que durante muitos anos foi executivo da extinta fábrica de óleo babaçu, Oleama, destacou a iniciativa do diretor de cinema e destacou que a Federação é parceria de todo projeto que busque desenvolver o Maranhão. (Fonte: Maranhão Hoje)