
O que se vê, repetidamente, no noticiário é a comprovação do aumento da pobreza, da fome e do desalento. A falta de esperança pode tomar conta da população, principalmente dos mais jovens que veem seus sonhos se tornarem distantes. E isso é muito ruim.
O que a televisão mostra das senhoras mães de família, correndo desesperadas atrás do caminhão de lixo, que acontece em algumas cidades do Brasil, é desolador, triste e inconcebível.
Volto a falar em Paes de Barros, o especialista experimentado que concebeu o Bolsa Família, o mais bem sucedido programa de distribuição de renda feito no país, que afirmou não faltar dinheiro para o programa como o ministro da Economia afirma. Dinheiro tem de sobra no orçamento da área social. Só que está sendo gasto em programas sem comprovação de benefícios e, portanto, basta fazer um estudo, ver os que são eficientes e fazem a diferença e, os que não são, e distribuir o dinheiro para o Bolsa Família. Mas parece que o ministro não quer saber disso. E mandou para o Congresso uma MP que acaba com o Bolsa Família e cria em seu lugar um programa temporário com tempo para acabar chamado Auxílio Brasil, ou similar, no valor de 400 reais, com um aumento para corrigir o valor, de 20%.
Esse valor seria conseguido, furando o teto de gastos. E, para isso, o governo não pagaria os precatórios, que é uma dívida do governo, já julgada pela justiça, que tem que ser paga. Existe uma enorme fila de credores, todo ano. O governo quer, porém, pagar em suaves prestações aos credores que já esperaram tanto para receber. Isso daria muito dinheiro, muito mais do que o alegado para o Auxilio Brasil e que, na verdade, o dinheiro que seria para pagar esse auxílio aos pobres, serviria mesmo para o governo gastar nas eleições do ano que vem. Paes diz que dinheiro para o Bolsa Família tem no orçamento e não precisa nada disso.
Bem, o governo pode tudo e vai caminhando para aprovar tudo isso. Mas, furando o teto dos gastos, a inflação vai piorar e os 20% do aumento vão evaporar logo, logo, com a inflação chegando aos 10%.
Para os pobres, não vai adiantar muita coisa esse benefício.
Na verdade, isso é muito pouco para diminuir a pobreza no Brasil. É preciso muito mais do que só o Auxílio do governo